Com cerca de 320 mil veículos vendidos, resultado só é menor do que o de março, quando foram negociadas 353 mil unidades
As vendas de veículos novos mantêm fôlego e novembro se consolida como o segundo melhor mês da história em número de unidades vendidas. Até segunda-feira, os registros de licenciamentos já acumulavam 305,8 mil unidades. Com os dados de ontem, o saldo passará de 320 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, volume inferior apenas ao de março, com 353,7 mil unidades comercializadas.
Ao longo de novembro, a média diária de vendas foi de 16 mil veículos mas, tradicionalmente, no fim do mês há um aumento de registros. No acumulado do ano, os negócios já somavam 3,11 milhões de veículos até segunda-feira. Cerca de 18% desse volume é de modelos importados.
Em todo o ano passado foram vendidos 3,14 milhões de veículos. Os dados apontam que a indústria deve atingir com folga a projeção de vendas de 3,4 milhões de unidades em 2010, o que representará aumento de 8,2% em relação ao ano passado e novo recorde para a indústria. Para 2011, a previsão do setor é de continuar crescendo, mas em ritmo menor, de 5% a 6%.
Fábio Silveira, da RC Consultores, aposta em um mercado superior a 3,7 milhões de veículos em 2011, mas com participação ainda maior dos importados, que deve chegar a 20%.
"É importante estar atento ao crescimento extraordinário das importações", alerta Silveira. Para ele, o desempenho não chega a colocar a indústria nacional em cheque, mas medidas são necessárias para evitar um avanço maior. "A indústria precisará avançar no processo de modernização, mas também são necessárias mudanças no ambiente macroeconômico que envolvam redução da carga tributária em alguma modalidade e também no sistema bancário, que precisa encontrar uma forma de baratear o custo do capital de giro".
Preços estáveis. O diretor da consultoria ADK, Paulo Roberto Garbossa, também acredita que "o fôlego do mercado brasileiro de veículos vai continuar no próximo ano, mas não no mesmo pique alucinante deste ano". Para ele, as ofertas serão mantidas, pois a competição será mais forte, com a pulverização maior de marcas no mercado.
Só em automóveis e comerciais leves foram vendidas em novembro 289,7 mil unidades até dia 29, alta de 8,2% em relação a outubro. No ano, as vendas somam 2,94 milhões de unidades, cerca de 8% a mais em relação ao mesmo período de 2009.
Juros em queda, prazos longos para financiamento, aumento da massa salarial e preços estáveis impulsionaram o mercado. Segundo o índice AutoInforme/Molicar, de janeiro a outubro os preços médios dos carros novos subiram 1,59%, ante inflação de 5,08% medida pelo IPC da Fipe.
Em novembro, os modelos mais vendidos foram Gol (27,9 mil unidades até segunda-feira), Uno (21,7 mil), Celta (13,2 mil), Corsa sedã (12,6 mil), Fox (11,4 mil) e Palio (11,2 mil). Entre as fabricantes, a Fiat segue na liderança com 22,4% das vendas, seguida por VW (21,8%) e GM (19,2%). Na segunda-feira, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgará o balanço oficial de vendas, produção e exportação e projeções para 2011.Estado
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