quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Quatro dias

Comparando o primeiro turno com a situação de agora, de uma coisa podemos ter certeza: o eleitorado não

disporá da opção de um terceiro nome. Em outras palavras, não haverá uma Marina Silva e todos serão obrigados a escolher em função do cardápio oferecido

Contando hoje, restam quatro dias até a eleição. Tudo o que aconteceu nos últimos dois anos na vida política brasileira e muito do que vai acontecer nos próximos depende deles.

Dilma chega a esta quarta-feira com uma frente razoável nas pesquisas, maior que 10 pontos. Em nenhuma ela está atrás, e sempre acima das margens de erro. Sua intenção de votos, hoje em 49%, segundo a última pesquisa Vox Populi, não foi alcançada ontem, e é de 93% a proporção de seus eleitores que se diz"decidida e não pretende mudar de ideia".

Nos 38% que Serra tem, há eleitores um pouco menos "firmes". Os decididos, em seu caso, são 86%. Ou seja: enquanto ela teria apenas 7% de eleitores in- certos, os dele seriam o dobro.

Os completamente indecisos, aqueles que dizem não saber em quem votar, são 8% na espontânea e 7% na estimulada, o que sugere quão adiantado está o processo de tomada de decisão das pessoas. E há 6% que dizem que vão votar em branco ou anular (no primeiro turno, esses votos somaram perto de 8,5%, sendo preciso lembrar que alguns eleitores anulam seu voto não intencionalmente).

Aceitando esses números pela aritmética (coisa sempre arriscada em se tratando de pesquisas de opinião), o pior cenário possível, para Dilma, seria perder todos seus eleitores incertos e ver a totalidade dos indecisos migrar para Serra. Nessa hipótese, ela ficaria com 46% e ele com 45%. Se, além disso, todos que saíssem de Dilma fossem para Serra, ele iria a 48% e a ultrapassaria, ainda que por poucos pontos, permanecendo a uma distância dentro da margem de erro.

Inversamente, na melhor possibilidade para ela, Dilma poderia somar a seus 49% os indecisos, indo a 56% e, se Serra perdesse o voto de seus eleitores não firmes, e ela os recebesse, alcançaria uma dianteira de mais de 25 pontos sobre ele.

Pelo que conhecemos de eleições passadas, nenhuma dessas hipóteses extremas deve acontecer. O mais provável é que os dois preservem suas intenções de voto em proporções parecidas e que os indecisos se repartam de forma equilibrada.

Isso, é claro, se a famosa premissa do "nada mais se alterando" se mantiver. Nas projeções baseadas em pesquisas, é sempre assim que se trabalha. Se um fato novo acontecer, elas precisam ser refeitas. E o que pode acontecer de relevante de hoje a domingo?

Comparando o primeiro turno com a situação de agora, de uma coisa podemos ter certeza: o eleitora- do não disporá da opção de um terceiro nome, por meio do qual os descontentes com as duas candidaturas principais se expressem. Em outras palavras, não haverá uma Marina Silva e todos serão obrigados a escolher em função do cardápio oferecido.

Serão, portanto, os quatro dias finais da eleição polarizada que iniciamos há tanto tempo e da qual saímos nas semanas que antecederam o primeiro turno, quando uma parte minoritária - mas relevante - do eleitorado buscou uma terceira via.

Agora, voltamos às velhas escolhas que cada lado apresenta ao país. Do lado de Dilma, entre continuar o governo Lula ou retroceder aos tempos em que Fer- nando Henrique era presidente e Serra, seu ministro. Do lado de Serra, entre sua vasta biografia ou a inexperiência eleitoral e o currículo limitado de Dilma. Um puxando para o plebiscito Lula vs. FHC, o outro para a batalha das biografias.

O que vimos no primeiro turno é que nenhum dos dois conseguiu convencer mais da metade do país que a sua era a opção a fazer. No segundo, pouca coisa trouxeram de novo.

De hoje a sábado, são três dias de propaganda eleitoral, o debate na Globo e uma intensa cobertura da mídia. Na propaganda, é pouco provável que tenhamos novidades, talvez apenas a despedida emocional de Lula. Da mídia, podemos esperar o que vimos ao longo da campanha inteira, uma clara preferência (ainda que crítica, em alguns jornais) por Serra.

Resta o debate. É nele que os candidatos mais poderão fazer para convencer os poucos indecisos que existem.Marcos Coimbra

4 comentários:

  1. com certeza vamos ganhar, estou nas ruas pedindo votos para dilma em angra dos reis vamos ganhar de goleada, ate a vitoria.amarildo leal antonio.angra

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  2. O PRESIDENTE LULA FAZ ANIVERSÁRIO, HOJE, DIA 27. O MELHOR PRESIDENTE QUE O BRASIL JA TEVE 97% de popularidade (RECORDE HISTORICO POSITIVO). FHC QUANDO DEIXOU O GOVERNO TEVE SÓ 22% (.RECORDE HISTORICO NEGATIVO).
    PARABÉNS PRESIDENTE LULA: o presente é o Dia Nacional da Mobilização DILMA PRESIDENTE
    Dia 31 RUMO A VITORIA

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  3. Meu comentário é sucinto.Depois destes oito anos de Lula, registrou-se nas páginas da história do Brasil outro nome de respeito. Lula é sem dúvidas o melhor Presidente depois da ditadura militar.O Serra sabe disso, mas como ele tem vergonha do FHC não pode estar na sombra dele e daí fica falando mal do Lula. Como o povo não é mais bobo e está vendo os avanços do Brasil,as pesquisas é que dizem a vontade do povo.É DILMA 13.

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  4. A folha divulgou algo contra o Serra. Qual o objetivo disso? Serra fala muito em união, em fraternidade, em paz. O que eles estão tramando? Farão correr sangue, num tudo ou nada?

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