O ex-superintendente da Odebrecht em São Paulo, Carlos Armando Paschoal, entregou ao Ministério Público Federal os números das contas e nomes dos bancos que teriam sido usados para transferir euros no exterior para a campanha à Presidência em 2010 do senador José Serra (PSDB), ex-ministro das Relações Exteriores do governo Temer.
De acordo com o delator, conhecido como CAP, duas pessoas próximas ao senador teriam sido os intermediários dos pagamentos -- Márcio Fortes, ex-tesoureiro do PSDB, que recebia em reais no Brasil, e o empresário Ronaldo Cezar Coelho, que utilizava as contas na Suíça.
O ex-presidente da Odebrecht Pedro Novis corroborou o depoimento de Carlos Armando. O caso dos repasses de R$ 23 milhões, divulgados anteriormente pela imprensa, seria apenas uma das suspeitas que envolvem o senador do PSDB.
Segundo o delator e os recibos, os pagamentos foram feitos entre 2009 e 2010. Em troca, o governo de São Paulo teria pagado R$ 191,6 milhões a uma das empresas do grupo Odebrecht, que teriam ficado pendentes de uma obra na rodovia Governador Carvalho Pinto. O delator aponta que um suposto débito do Estado com a Odebrecht se arrastava na Justiça por oito anos e que ainda poderia ter continuado sub júdice, mas que o governo paulista, então, fez o acordo em troca dos repasses para o PSDB.
O recibo de uma ordem de pagamento com a data de 17 de março de 2010, correspondente ao período de 1° a 31 de março daquele ano, aponta o valor de 800 mil euros, nomes de bancos e de empresa com endereço das Ilhas Virgens.
Além dos dados relacionados às contas na Suíça, o CAP apresentou e-mails internos da empreiteira sobre os pagamentos e ainda detalhes de encontros e prepostos, como encontro com Márcio Fortes em 2009 no gabinete da Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano S.A. (Emplasa), então presidida por Fortes; e com Ronaldo Cezar Coelho no escritório do empresário em Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
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