Há sete anos, nem adiantava sonhar com a compra de um carro zero quilômetro se a renda da família estivesse abaixo de R$ 2.666 mensais. Hoje tudo ficou mais fácil. Com uma renda de R$ 1.979 já é possível sair da concessionária dirigindo um automóvel novo. Tudo porque o valor da parcela do financiamento caiu 25%.
O cálculo foi feito pela economista Luiza Rodrigues, do departamento de pesquisa econômica do banco Santander. Segundo ela, a ideia do estudo era exemplificar como o poder de compra do brasileiro aumentou nos últimos anos. Pois aí está a prova: em sete anos, a renda necessária para comprar um carro foi reduzida em R$ 687.
No período de junho de 2003 a agosto de 2010, o preço de um automóvel 1.0 subiu 12,2%, mostra o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-IBGE). A inflação geral ficou em 43,85% no mesmo período.
Com o real valorizado, a modernização do parque das montadoras e maior concorrência no setor, a indústria automobilística conseguiu segurar os preços e permitiu que o produto se tornasse mais acessível para população com o passar dos anos.
Em paralelo a isso, a renda média familiar brasileira cresceu 49,9%. “Com mais dinheiro no bolso, o consumidor começou a achar o carro barato”, afirma Luiza. “Pagar por um automóvel demanda menos esforço hoje do que no passado.”
Ela exemplifica dizendo que se, há sete anos, uma família quisesse hipoteticamente gastar 100% de sua renda com o pagamento da parcela do carro, a dívida levaria quase 12 meses para ser quitada. Hoje, seriam necessários menos de nove meses.
Mas o principal fator que contribui para que os brasileiros realizem o sonho do carro zero foi o crédito. Com aumento dos prazos e redução de 50% nos juros do financiamento, a prestação caiu de R$ 799,82 para R$ 593,68 – uma economia de R$ 206.
Por tudo isso, de 2003 para cá, 14,2 milhões de famílias passaram a poder comprar um carro popular novo. Nem todas usaram seu dinheiro para este fim, é claro. Mas as que usaram ajudam a explicar porque a indústria automobilística brasileira não para de bater recordes.
Mais de 2,3 milhões de veículos foram vendidos até setembro. E a estimativa é de que 18% dos compradores estejam adquirindo um carro pela primeira vez – a média era de 10% há nove anos, dizem as montadoras.
“Está mais fácil comprar um carro hoje. Temos prazos maiores para pagar e se você não tem dinheiro, o banco oferece crédito”, afirma Cláudio Wesley Dutra Moreira, pastor evangélico, de 43 anos, que veio do Rio para visitar o Salão do Automóvel (que ocorre no Anhembi até dia 7 de novembro).Estadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Nota do moderador: Comentários preconceituosos, racistas e homofóbicos, assim como manifestações de intolerância religiosa, xingamentos, ofensas entre leitores, contra o blogueiro e a publicação não serão reproduzidos. Não é permitido postar vídeos e links. Os textos devem ter relação com o tema do post. Não serão publicados textos escritos inteiramente em letras maiúsculas. Os comentários reproduzidos não refletem a linha editorial do blog