Impressiona o relato feito por delegados, familiares de internos, funcionários e um promotor de Justiça sobre as regalias e o poder conferido a adolescentes em algumas das unidades da Fundação Casa (antiga Febem).
Segundo pessoas que trabalham com esses jovens, muitos se dizem integrantes de um suposto braço "mirim" da facção criminosa autointitulada PCC (Primeiro Comando da Capital), que atua nos presídios de São Paulo.
Em algumas unidades da antiga Febem, na Grande São Paulo, são os chefes desse grupo que impõem as normas. Negociam regalias proibidas --como visitas íntimas e entrada de roupas-- e distribuem tarefas para os internos.
É um absurdo. O Estado não pode permitir que jovens infratores tenham qualquer autoridade sobre seus colegas. Os fatos relatados dão conta de uma verdadeira escola do crime.
O governo do Estado nega a atuação do "PCC Mirim". Tudo não passa de "lenda urbana", afirma a Fundação Casa.
Mas o promotor Thales Cezar de Oliveira, da Vara da Infância e Juventude, diz ter presenciado o controle de uma unidade pelos próprios internos em 2008.
O governador que está no lugar de José Serra, Alberto Goldman, PSDB, responde apenas que Oliveira "não pisa há mais de um ano" na antiga Febem. A explicação não é satisfatória. Parece admitir que já houve tal controle, e que hoje ele não mais ocorre. Se for isso, é preciso apresentar provas de tal melhora.
Se o governador entende, ao contrário, que nunca houve tal facção nem negociação com seus líderes, como explica os fatos presenciados pelo promotor? O poder público ainda deve explicações à sociedade sobre o que de fato acontece na Fundação Casa.Agora
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