segunda-feira, 17 de maio de 2010

Por que votarei em Dilma e por que não votaria em Serra JAMAIS


Já escrevi vários posts sobre o papel vergonhoso da grande mídia nestas eleições: a manipulação descarada (a última gota foi a Foxlha decidir intitular todas as matérias da eleição com "Presidente 40"), a falta de ética e o jogo sujo que viabiliza ao não condenar as ações desprezíveis de tucanos que insistem em pintar Dilma como "terrorista" e que até mesmo usam o câncer (derrotado) da candidata para desmerecê-la.

No entanto, percebi que nunca enumerei os motivos que me levam a votar em Dilma e a rejeitar com todas as forças a candidatura Serra - e que vão muito além da notória arrogância e antipatia do sujeito. 

Comecemos com os motivos pró-Dilma:
 
1) O governo Lula, do qual Dilma representa a continuidade, foi um dos mais eficientes exemplos de gestão pública já documentados neste país. Aliás, o sucesso de Lula como presidente é tamanho que nem mesmo Serra, que se apresentou como seu completo oposto em 2002, agora exibe a coragem de desafiá-lo, fazendo questão de dizer que o governo de Lula "termina bem", que o presidente está "acima do bem e do mal" e por aí afora. Serra, que representa a oposição, não tem nem mesmo a honradez de admitir esta condição, preferindo dizer que não é "oposição nem situação". O que ele é, então?
 
2) Ao se candidatar em 2002, Lula prometeu criar 10 milhões de empregos. Foi atacado por Serra, que disse com todas as letras que aquilo era uma mentira óbvia, uma promessa de campanha absurda e inalcançável. Pois bem, ele realmente não criou os 10 milhões prometidos, mas por uma ótima razão: criou mais de 14 milhões.
 
3) O governo Lula trouxe para o Brasil um status internacional que jamais havíamos experimentado. Somos considerados como referência de democracia e de crescimento social lá fora, o que resultou em grandes honrarias ao Presidente, como o prêmio da ONU pelo combate à fome e, claro, a inclusão de Lula na lista dos 25 políticos mais influentes do mundo.
 
4) Com uma economia fortalecida ao longo de 8 anos de gestão, o Brasil foi um dos países que menos sofreu com a crise internacional disparada em 2009 e que chegou a 2010 fazendo vítimas nos EUA, na Europa e na América Latina.
 
5) Graças ao seu espírito excessivamente democrático, Lula - além de jamais tentar mudar a Constituição para permitir sua permanência no poder (como fizeram Chavéz e Fernando Henrique Cardoso) - não se deixou abalar pela pressão internacional ao tentar fechar um acordo nuclear com o Irã. Como resultado, o acordo, fechado hoje, alcança uma vitória que nem mesmo a ONU conseguiu e abre as portas para que o Estado iraniano possa estabelecer relações comerciais com o Ocidente. O que, conseqüentemente, diminui os riscos de um confronto internacional com graves repercussões.
 
6) O bolsa-família, embora ainda imperfeito por não conseguir filtrar exploração do benefício por adultos mal intencionados, vem alcançando resultados expressivos não só nos índices de educação das crianças, mas também ao diminuir consideravelmente o número de crianças exploradas pelo trabalho infantil. E particularmente considero que 100 maçãs podres explorando o sistema não são o suficiente para desmerecer a realidade de milhares de crianças que vão à escola em vez de à lavoura. Como se não bastasse, a desnutrição infantil caiu em 52% na população atendida pelo bolsa-família.
 
7) No governo Lula, os 10% mais ricos da população ficaram 11% ainda mais ricos. Já os 10% mais pobres tiveram um aumento de renda de 72%. Em outras palavras, sem desprezar a população classe AAA, o governo conseguiu beneficiar economicamente todas as camadas da população.
 
8) Dilma foi parte fundamental do governo Lula desde o primeiro ano, atuando como Ministra e como chefe da Casa Civil. Nestas posições, manteve-se ao lado do presidente durante suas duas gestões, compartilhando de sua visão sobre a forma de conduzir o país e mantendo-se no meio de todo o processo, passando a dominá-lo de maneira inquestionável. Como tal, é a candidata perfeita para dar continuidade ao projeto que guiou o país nos últimos 8 anos.
 
Analisemos agora Serra e seu modelo neo-liberal:
 
1) Os países que seguiram à risca o neo-liberalismo, advogando a interferência mínima do Estado sobre a economia, foram os que mais sofreram com a crise mundial. Aliás, é possível até mesmo dizer que a crise foi provocada por esta política, já que aberrações como Goldman Sachs e Lehman Brothers se tornaram possíveis justamente graças à total falta de fiscalização e regulação por parte do governo. No entanto, quando a coisa estourou, aí, sim, os governos mundiais foram chamados para apagar o incêndio, sendo obrigados a investir mais de um trilhão de dólares na economia para tentar salvá-la.
 
2) Se dependesse de Serra e FHC, tudo o que tínhamos de mais valioso já teria sido privatizado - como, de fato, muitas empresas estatais o foram. Parte fundamental do neo-liberalismo, estas privatizações teriam provocado um desastre em nossa economia. Basta lembrarmos que a Petrobrás só não foi privatizada graças à pressão da oposição da época e da população. Resultado: hoje a Petrobrás é uma das empresas mais lucrativas e respeitadas do mundo - e com o pré-sal, isto só tende a aumentar exponencialmente. Em outras palavras: as riquezas que iriam para os bolsos já recheados da iniciativa privada agora voltarão em forma de divisas para o país.
 
3) Serra, ainda candidato, tem feito uma série de declarações desastrosas que indicam seu despreparo absoluto para a Presidência. Primeiro, disse que o Mercosul era uma farsa - e, ao ser pressionado e condenado por praticamente meio mundo, voltou atrás afirmando que queria dizer que é preciso "flexibilizar o Mercosul". A pergunta: como alguém pode querer "flexibilizar" algo que considera uma "farsa"?
 
4) Em entrevista à CBN, Serra afirmou que iria intervir no Banco Central. Com isso, provocou um alvoroço no mercado financeiro, que recebeu muito mal a idéia. Por sorte, ninguém acredita, a esta altura, que Serra será eleito e, assim, os índices do dia não foram afetados. Agora reparem que ele ainda é candidato e afirma ter se preparado "a vida inteira" para ser presidente. Imagine se já estivesse no cargo, o estrago.
 
5) Notoriamente autoritário, Serra reprimiu manifestações de todos os tipos empregando pesada e covardemente a força policial, usando uma força desnecessária. Num dos momentos mais graves, cometeu a impensável asneira de colocar a Polícia Militar para reprimir os policiais civis em greve - e qualquer um que conheça a rivalidade entre as duas corporações sabe que isto poderia facilmente ter virado uma tragédia absoluta. Algo que não ocorreu quase que por milagre. E por que Serra ordenou a ação dos PMs? Apenas para evitar que os grevistas se aproximassem de seu palácio.
 
6) Ao assumir a prefeitura de São Paulo, Serra fez um compromisso em cartório que não abandonaria o cargo para concorrer ao governo do estado. Garantiu que iria até o fim do mandato. Não foi; abandonou o cargo, entregando-o a Kassab. E repetiu o gesto ao renunciar ao governo de São Paulo para concorrer à presidência.
 
7) O autoritarismo de Serra não se manifesta apenas através de sua utilização da polícia para reprimir grevistas. Como é possível ver neste link, ele destrata sem hesitação qualquer um que ousa questionar suas ações como gestor, desferindo patadas e deixando entrevistas no meio.
 
8) José Serra não hesita em assumir, sempre que pode, a autoria de obras alheias: diz-se, por exemplo, criador do programa contra a AIDS elogiado em todo o mundo - algo que vocês poderão constatar fartamente durante sua campanha. Mas o programa foi criado por Lair Guerra e Adib Jatene, não tendo absolutamente nada a ver com Serra. Da mesma forma, como governador, fez várias aparições públicas para vender a idéia de que o Estado de São Paulo havia comprado e iria distribuir gratuitamente as vacinas contra o H1N1 - ressaltando que São Paulo foi o primeiro Estado a fazê-lo, batendo até mesmo o Ministério da Saúde. Outra mentira: foi o governo Federal que comprou e pagou pelas vacinas (incluindo agulhas e seringas), enviando-as para os Estados. Ou seja: Serra se vangloriou por ter feito algo que o governo Lula fez. E a mídia vendeu a mentira. Finalmente, Serra não se cansa de se apresentar como o "pai dos medicamentos genéricos". Adivinhem só? Exato, outra farsa: o responsável pela chegada dos genéricos no Brasil foi Jamil Haddad, ministro da Saúde de Itamar Franco.
 
Recomendo que cliquem nos links que usei para embasar todas as argumentações e espero que tenha me expressado sem a agressividade ou mesmo a paixão da qual muitos me acusam neste espaço.Daqui do blog Diário de Bordo do Pablo

9 comentários:

  1. CNT/SENSUS confirma Dilma à frente para Presidente!
    http://blogdafabianasoler.blogspot.com/2010/05/cntsensus-confirma-dilma-frente-para.html

    ResponderExcluir
  2. Pesquisa CNT/Sensus: Dilma 35,7% x 33,2% Serra

    Diferença entre tucano e petista fica em 2,5 pontos; margem de erro de 2,2 pontos

    Nova pesquisa CNT/Sensus sobre a intenção de voto para presidente da República foi divulgada hoje (17.mai.2010), em Brasília. Segundo o levantamento, 35,7% preferem Dilma Roussef (PT) e 33,2% José Serra (PSDB). Marina Silva (PV) tem 7,3%. O cenário, considerado o mais provável pela CNT/Sensus inclui os 8 candidatos nanicos. Somados, eles têm 3,7%, assim detalhados:

    José Maria Eymael (PSDC) – 1,1%
    Américo de Souza (PSL) – 1,0%
    Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) – 0,4%
    Mario de Oliveira (PT do B) – 0,4%
    Zé Maria (PSTU) – 0,4%
    Rui Costa Pimenta (PCO) – 0,2%
    Oscar Silva (PHS) – 0,1
    Levy Fidelix (PRTB) – 0,1%

    Os votos brancos e nulos somam 6,9%. Os indecisos são 13,7%.

    Sem os nanicos, 37,8% dos eleitores preferem Dilma e 37%, Serra. Em 3° lugar, Marina tem 8% da preferência. Votos brancos e nulos somam 6,4%. Nesse caso, não sabem quem escolher ou não responderam à pergunta 10,9%.

    A margem de erro dessa pesquisa é de 2,2 pontos percentuais na faixa em que estão Serra e Dilma. Dessa forma, a petista está na frente numericamente, mas tecnicamente empatada com o tucano.
    Serra tem 33,2% e pode, no máximo, ter até 35,4%. Já Dilma, com seus 35,7%, pode no limite mínimo ter 33,5%.
    A última pesquisa Sensus (realizada de 5 a 9.abr.2010 e divulgada em 13.abr.2010) não incluiu os nanicos, então não se pode comparar o cenário principal. Comparando-se o cenário sem os nanicos, nota-se que Dilma cresceu 8,5 pontos percentuais (de 28,5% para 37%). Enquanto isso, José Serra caiu 2,9 pontos (de 40,7% para 37,8%).

    Alteração da metodologia

    O resultado do estudo divulgado hoje, no entanto, não pode ser comparado automaticamente ao levantamento CNT/Sensus de abril. Naquela pesquisa, os entrevistadores não fizeram as perguntas na mesma ordem usada no levantamento divulgado hoje. Desta vez, a Sensus começou perguntando em quem os eleitores votariam para presidente. Antes, “aquecia” o entrevistado e, antes da questão principal, perguntava a preferência partidária e avaliação sobre o governo Lula.

    A mudança ocorre após o PSDB questionar o método da Sensus de abril, a única, até agora, que indicou empate técnico entre Serra e Dilma: 32,7% a 32,4% (Datafolha divulgada também em abril atribuiu 38% dos votos a Serra e 28% a Dilma). A Sensus explicou, à “Folha de S.Paulo” , que alterou a ordem das perguntas para se prevenir contra ações judiciais que atrasem a divulgação de suas pesquisas, mas que a ordem das questões não influi no resultado.

    Mais dados
    A nova pesquisa CNT/Sensus também avaliou a intenção de voto espontânea (em que o pesquisador não apresenta nomes de candidatos aos entrevistados). Assim, Dilma Rousseff tem 19,8% da preferência, seguido por José Serra (9,7%), Lula (9,7%) e Marina Silva (2,7%). Dizem que vão votar nulo ou em branco 4,8% dos eleitores e não sabem quem vão escolher ou não responderam 48,1%.

    Os eleitores ainda responderam em quem votariam em um eventual 2° turno. Na primeira situação, Dilma e Serra estariam empatados tecnicamente, dentro da margem de erro de 2,2 pontos: 41,8% para a petista e 40,5% para o tucano. Nesse caso, não têm candidato 17,8% dos eleitores.

    Se a disputa ficar entre Dilma e Marina, a petista ganha por 51,7% a 21,3%. Não teriam candidado 27,2%. Quando José Serra concorre com Marina, o tucano ganha: 50,3% a 24,3%. Não teriam candidato 25,5%.

    ResponderExcluir
  3. O perigo, agora, é ter que aguentar o trrorismo dos serristas: na internet através de e-mails e de blogs sente-se este ataque feroz e tentativas de desqualificar (chamam a Dilma de terrorista - sendo que ela, o gabeira e o serra, o que ferra sp, foram lutadores da esquerda, estiveram na luta armada - o serra ferra sp inclusive teve participação em armas, ao contrario de Dilma, que era apoio, mas que presa mostrou como é uma Mulher Brasileira, sem medo, NÃO fugiu; o serra ferra sp foi pro exilio, assim como o Gabeira, que sequestrou um embaixador americano).
    Como sabemos como é o serra ferra sp, que ataca a todos, mesmo seus correligionários, vai partir pra uma ofensiva brutal, mesquinha e terrorista.
    Mas vamos vencer: DILMA NO PRIMEIRO TURNO! É melhor para o Brasil, É melhor para nosso Povo!

    ResponderExcluir
  4. O perigo agora é ter que aguentar o terrorismo dos serristas: na internet, que JÁ começou:chamam Dilma terrorista. Mas VENCEREMOS! Dilma no PRIMEIRO TURNO!

    ResponderExcluir
  5. OI, Helena. Seus motivos para votar em Dilma são iguais aos meus!!
    E são os mesmos para não votar em Serra nunca, jamais, nem morta, nem que a vaca tussa, nem que um elefante levante võo, nem que eu nasça de novo jamais o Serra terá um voto meu.

    ResponderExcluir
  6. Por que essa dicotomia? Não são apenas os senhores José Serra e Dilma Roussef os candidatos à presidência. Esta é uma postura extremamente maniqueista. E os outros?

    ResponderExcluir
  7. Helena, muito boa a análise, fique fã do blog diário de bordo do Pablo. valeu

    ResponderExcluir
  8. Votar em Dilma Rousseff, é prova de consciência política.
    E o melhor de tudo é saber que a imensa maioria do povo brasileiro já estão sabendo que Dilma representa a continuidade do presidente Lula.

    ResponderExcluir
  9. Por favor, corrijam o título deste post.

    Duas negações equivalem a uma afirmação.

    Não votar jamais, significa votar.

    ResponderExcluir

Nota do moderador: Comentários preconceituosos, racistas e homofóbicos, assim como manifestações de intolerância religiosa, xingamentos, ofensas entre leitores, contra o blogueiro e a publicação não serão reproduzidos. Não é permitido postar vídeos e links. Os textos devem ter relação com o tema do post. Não serão publicados textos escritos inteiramente em letras maiúsculas. Os comentários reproduzidos não refletem a linha editorial do blog