sábado, 27 de março de 2010

53,5% dos negros brasileiros já estão na classe média

Mais da metade dos negros brasileiros, e pouco menos da metade dos mestiços (pardos), pertencem hoje à classe média, incluindo a classe C, a nova classe média popular.

Segundo recente levantamento do economista Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais (CPS), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), 53,5% dos negros e 47,3% dos mestiços no Brasil pertenciam às classes A, B e C em 2008. Entre negros e mestiços juntos, 48% são de classe média, e 52% estão nas classes D e E, mais características da pobreza. Os porcentuais incluem também os muito ricos, mas que são estatisticamente pouco significantes.

Esses números, tirados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), mostram uma grande evolução nos últimos 15 anos. Em 1993, menos de um quarto dos negros (23,8%) e pouco mais de um quinto dos mestiços (21,7%) pertenciam às classes A, B e C. Tomados em conjunto, apenas 22% dos negros e mestiços estavam na classe média, com quase 80% nas classes D e E.

Os números de Neri revelam que, desde 1993, a proporção de negros e mestiços nas classes A, B e C cresceu cerca de 110%, enquanto a dos brancos expandiu-se em 42%. "Há uma melhora diferenciada dos negros e pardos na classe ABC, já que a proporção deles aumentou mais do que a dos brancos", observa Neri.

André Urani, sócio do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets), e diretor do Instituto Natura, tem dados que mostram que a proporção de negros e mestiços, nos últimos 15 anos, cresceu bem mais entre os mais ricos do que entre os mais pobres. Assim, houve um salto de 74%, de 1993 a 2008, na proporção de chefes de família negros e mestiços entre o 1% mais rico do Brasil, e hoje ela atinge 15%. Entre os 10% mais ricos, um em cada quatro chefes de família já é negro ou mestiço.

Para Urani, essa melhora relativa de renda de negros e mestiços se deu antes que a política de cotas pudesse fazer efeito. "Se, de fato, como parece, isso não se deve à política de cotas, então está aberto um campo gigantesco para se investigar as determinantes dessa trajetória e ter políticas públicas que a incentivem."

Mesmo com o avanço de negros e mestiços, a sociedade brasileira ainda está muito longe de ser igualitária em grupos raciais. Os chefes de família negros e mestiços ainda correspondem a mais de 70% entre os pobres e indigentes, segundo a classificação de linhas de pobreza de Urani.

Os dados de Urani e Neri mostram, porém, que, apesar de a situação ainda permanecer ruim, é inegável a tendência de redução da desigualdade de renda de base racial na última década e meia. Hoje, o País já possui uma grande classe média não branca, com 45 milhões de pessoas.

Os dados da série da Pnad revelam que também houve, independentemente da renda, um expressivo aumento na proporção de negros e mestiços no total da população brasileira de 1993 a 2008, de 45% para 50,1% do total.

As possíveis explicações para essa mudança são uma maior disposição das pessoas se identificarem como não brancas (pretos e pardos, na terminologia oficial) nos questionários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e um avanço real demográfico de negros e mestiços relativamente aos brancos. Especialistas em estudos raciais, como o economista Marcelo Paixão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), acreditam que a causa pode ser uma combinação desses dois fatores.

Em todas as faixas de renda houve aumento da participação de negros e mestiços, já que eles cresceram bastante na população como um todo. Porém, quando se examina as mudanças na distribuição de negros e mestiços entre as faixas de renda, de 1993 a 2008, fica claro que aquele aumento foi proporcionalmente maior nas camadas mais ricas da população do que nas mais pobres.

Assim, em 1993, os chefes de família negros e mestiços representavam 68% do total abaixo da linha de indigência definida por Urani, o que subiu para 73% em 2008. O crescimento da fatia, de 8,3%, porém, foi bem menor do que o aumento na proporção total de chefes de família negros e mestiços naquele período, que foi de 23%. Já entre os riquíssimos (1% mais rico da população), a parcela de chefes de família negros e mestiços saiu de 8,8% para 15,3%, o que significa uma expansão de 74%.Estadão

2 comentários:

  1. Datafolha manipula amostragens para ocultar crime eleitoral

    O COMENTÁRIO SOBRE A FRAUDE NAS AMOSTRAGENS DO DATAFOLHA TEM SUA RAZÃO DE SER.

    PELO MENOS NO SE REFERE À DISTRIBUIÇÃO DOS ELEITORES POR FAIXA DE RENDA FAMILIAR

    DESDE 2002 O DATAFOLHA VEM MANIPULANDO AS AMOSTRAGENS.

    A seguir uma avaliação técnica comparativa, realizada em outubro de 2002:

    Quanto à distribuição dos eleitores por faixa de renda familiar, foram usados os dados da PCV (Pesquisa de Condições de Vida) do Seade, mesma instituição na qual o Datafolha baseou sua amostragem por escolaridade em São Paulo.

    Segundo o Seade, 78,1% da população do Estado de São Paulo tem renda familiar per capita de até 5 salários mínimos.
    No entanto, os pesquisados pelo Datafolha nessa faixa de renda são apenas 62,5% do total.
    Diferença de 15,6% para menos.

    A faixa seguinte (mais de 5 até 10 salários mínimos) constitui, segundo o Seade, 13% da população paulista.
    Mas nada menos que 21,9% dos entrevistados do Datafolha estão nessa faixa.
    Uma inflação de 8,9 pontos percentuais.

    Já os que ganham mais de 10 salários mínimos, são 8,8% dos paulistas, como constatou o Seade,
    mas são 12,8% dos entrevistados pelo Datafolha.
    Uma desproporção de 4 pontos para mais.

    Em suma, na amostragem viciada, o datafolha elevou o número dos que ganham mais e rebaixou em mais de 15% o número dos que ganham menos.

    A conseqüência disso é evidente: o falseamento dos índices em favor dos candidatos que possuem eleitorado nas faixas mais altas de renda.

    Portanto, a indução de voto, martelando na opinião pública índices de intenção que não correspondem à realidade, obtidos com uma amostragem que não é proporcional ao eleitorado, ou seja, que é falsa e que promove precisamente os candidatos da preferência, não dos eleitores, mas da mídia e seus institutos de “pesquisa”, evidentemente que se trata de uma fraude.

    http://prod.brasil.indymedia.org/es/green/2002/10/37899.shtml

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  2. CRIME ELEITORAL DO DATAFOLHA POR PESQUISA ELEITORAL FRAUDULENTA

    O CAMINHO É A SOLUÇÃO JUDICIAL

    O Departamento Jurídico do PT tem elementos mais do que suficientes para IMPUGNAR ESSA PESQUISA DO DATAFRAUDE, JUNTO AO TSE.
    Além disso HÁ CLARO INDÍCIO DE CRIME ELEITORAL, por manipulação de amostragens e, portanto, por pesquisa eleitoral fraudulenta, PASSÍVEL DE REPRESENTAÇÃO NA PROCURADORIA DE JUSTIÇA ELEITORAL, do Ministério Público Federal,
    a quem cabe determinar à Polícia Federal a abertura de investigação do delito praticado por essa empresa DATAFOLHA que, diga-se de passagem, desde 1995, foi transformada em “UMA UNIDADE DE NEGÓCIOS” DA FOLHA DE SÃO PAULO, conforme consta do histórico elaborado por ela própria em seu sítio.

    É PRECISO URGENTEMENTE BUSCAR UMA SOLUÇÃO JUDICIAL PARA ESSE CRIME TIPIFICADO NA LEI ELEITORAL!

    LEI ELEITORAL
    A MANIPULAÇÃO DE PESQUISA ELEITORAL É UM CRIME PREVISTO NO PARÁGRAFO QUARTO DO ARTIGO 33 DA LEI 9.504/97:
    § 4º - A DIVULGAÇÃO DE PESQUISA FRAUDULENTA CONSTITUI CRIME, PUNÍVEL COM DETENÇÃO DE SEIS MESES A UM ANO E MULTA NO VALOR DE CINQÜENTA MIL A CEM MIL UFIR.
    O PARÁGRAFO TERCEIRO DO ARTIGO 34 DA MESMA LEI PREVÊ AINDA QUE:
    § 3º - A COMPROVAÇÃO DE IRREGULARIDADE NOS DADOS PUBLICADOS SUJEITA OS RESPONSÁVEIS ÀS PENAS MENCIONADAS NO PARÁGRAFO ANTERIOR, SEM PREJUÍZO DA OBRIGATORIEDADE DA VEICULAÇÃO DOS DADOS CORRETOS NO MESMO ESPAÇO, LOCAL, HORÁRIO, PÁGINA, CARACTERES E OUTROS ELEMENTOS DE DESTAQUE, DE ACORDO COM O VEÍCULO USADO.

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