A eleição interna para a nova direção do PT em Minas Gerais, onde o partido está dividido entre as pré-candidaturas ao governo estadual do ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, e do ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, diminuiu ainda mais a já remota possibilidade do partido abrir mão da chapa própria em favor de uma aliança com o PMDB do ministro das Comunicações, Hélio Costa, que lidera as pesquisas de intenção de voto.
Em desvantagem na disputa pelo comando do estadual do partido, os aliados de Patrus já anunciaram ontem que o ministro só desistirá de ser candidato se perder as prévias partidárias previstas no estatuto do PT em caso de impasse, no próximo ano. "Em Minas haverá prévias. A única hipótese de Patrus não disputar as prévias é se o outro lado desistir", afirmou um dos articuladores políticos do ministro, o deputado estadual André Quintão.
Tido por aliados do PT como mais receptivo à ideia de abrir mão da chapa própria petista em nome de alianças, Patrus não terá condições políticas de retirar uma candidatura conquistada em uma disputa interna. A disposição do ministro em investir nas prévias partidárias tornou-se evidente na semana passada, quando seus aliados divulgaram pesquisas de institutos pouco conhecidos que o apontavam com 51% de preferência dos filiados ao partido, ante 33% de Pimentel.
Em posição hegemônica na direção partidária local, os aliados de Pimentel planejam pressionar Patrus para um acordo interno que, concretizado, criará dificuldades até para abrigar uma eventual candidatura de Hélio Costa à reeleição ao Senado. "Até fevereiro iremos buscar a unidade e uma possibilidade é de uma chapa em que um dos dois seja o candidato ao governo estadual e o outro ao Senado", afirmou o deputado federal Reginaldo Lopes (MG), presidente estadual petista e aliado de Pimentel. De acordo com o deputado estadual, o PMDB poderia pleitear em uma aliança a outra vaga ao Senado, o lugar de vice e coligações proporcionais para deputado federal e deputado estadual.
Ontem Lopes era o favorito para reeleger-se no primeiro turno. O parlamentar disputa a presidência regional contra o dirigente Gleber Naime, apoiado por Patrus; o deputado federal Gilmar Machado, do grupo Mensagem ao Partido; e o deputado estadual Padre João, das tendências de esquerda, entre os principais candidatos. Na eleição interna de 2007, Lopes ficou com 49,6% dos votos no primeiro turno, mas o segundo colocado, o deputado estadual Durval Ângelo, que então representava as correntes à esquerda no partido, desistiu de concorrer no segundo turno.
A grande expectativa entre os militantes do PT era em relação à votação das chapas para a direção nacional. Pimentel lançou uma chapa própria para a direção, basicamente composta por mineiros, sem candidato a presidente nacional. A estratégia do ex-prefeito é garantir a eleição de uma cota própria no Diretório Nacional da sigla, onde teve grandes dificuldades em 2008 no embate interno contra Patrus em relação às eleições municipais em Belo Horizonte. Patrus se opôs à aliança branca entre o PT e o PSDB para eleger Marcio Lacerda (PSB) à prefeitura. Por muito pouco o acordo não foi proibido pela direção da sigla. Na ocasião, Pimentel recebeu o apoio-decisivo do Presidente Lula. Valor
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