Na manhã de 22 dezembro, em café com jornalistas em Brasília, Michel Temer anunciou a liberação do dinheiro depositado em todas as contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.
A medida liberaria R$ 30 bilhões na deprimida economia nacional, vangloriou-se o presidente.
O noticiário de hoje informa que, ao contrário da promessa de dezembro, haverá restrições aos saques.
De acordo com as repórteres Renata Agostini e Daniela Lima, ''após analisar detidamente os números, o governo descobriu que cerca de 2% dessas contas inativas concentram um montante muito expressivo do volume total de recursos que poderia ser sacado''.
Isso, evidentemente, é o que diz o governo.
Como se constata, o que diz o governo não vale muito, basta comparar a ''decisão'' de Temer mudada em menos de um mês.
O mais impressionante é o presidente ter alardeado aos brasileiros uma iniciativa sem antes analisar ''detidamente os números''.
Além do aspecto moral, do não cumprimento do prometido, há um escândalo em matéria de gestão: decidir _e anunciar_ sem conhecer a numeralha do FGTS.
Existe outra hipótese, que implicaria supor que o governo mentiu: já preveria o recuo, mas teria preferido a promoção marqueteira por algumas semanas.
Curiosidade elementar: quantos milhões, então, serão liberados?
O fundo foi criado há meio século, como contrapartida às regras de estabilidade no emprego. Constituiu uma derrota dos trabalhadores.
Hoje eles perdem, com a remuneração do FGTS aos seus recursos muito aquém do que ganhariam em outras aplicações. Mario Magalhães
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