Um apagão com hora marcada tem ocorrido nas últimas duas semanas e mudado a rotina dos moradores do bairro Jardim Fontalis, no Tremembé (zona norte de SP). Por conta do problema, até o comércio tem fechado antes.
A queda de energia diária acontece a partir das 18h30, com média de uma hora de duração, e outra interrupção da energia ocorre às 20h. A segunda, dizem os moradores, é mais longa, e o bairro chega a ficar até duas horas sem energia elétrica.
Há dois anos, os moradores contam que sofrem com pequenas falhas no fornecimento. No entanto, o agravamento do problema tem irritado a população e trouxe prejuízos com aparelhos elétricos queimados. Na rua Augusto Rodrigues, a gerente de uma LAN house, Ivonete Pereira, 34 anos, conta que começa os dias de trabalho tensa já na expectativa da falta de energia elétrica no início da noite.
Um dos 12 computadores da loja queimou anteontem durante a interrupção do serviço. Além do prejuízo, o inconveniente dos clientes também está trazendo grande dor de cabeça. "Tem gente que faz trabalhos escolares, não salva o documento e perde tudo. Além do fato de sair todo mundo ao mesmo tempo e termos de fechar antes da hora", contou.
As compras na padaria ou no açougue e até mesmo o horário de banho estão sendo alterados para ninguém ser pego de surpresa no meio de alguma atividade. A estudante Priscila Ellen Mazola, 20 anos, moradora da rua Begônia, conta que nos momentos da interrupção de luz dá para ouvir a gritaria nas casas.
O problema acabou por aumentar o cansaço dos familiares que chegam do trabalho à noite. "Estamos esperando até as 21h para tomar banho. Minha mãe volta do trabalho cansada e senta na sala para esperar a energia voltar", conta Priscila.
Assim como a gerente da LAN House, a dona de casa Graça Gonçalves, 36 anos, também teve prejuízos. A televisão dela parou de funcionar na semana passada. Revoltada com a Eletropaulo, empresa responsável pelo fornecimento de energia, a moradora perdeu as esperanças de recuperar o prejuízo depois de fazer várias reclamações.
"Quando a gente não paga a conta, a luz é cortada com a maior pressa. Agora que a gente precisa de solução, ninguém aparece", reclamou a dona de casa.
O medo da violência e a impossibilidade de trabalhar normalmente adiantou o encerramento do comércio local em cerca de duas horas. No salão de beleza da rua Flor de Maio, as interrupções constantes do secador e das chapinhas fizeram a cabeleireira Sandra Amorim, 33 anos, marcar os penteados somente até as 17h. "Já parei no meio de uma escova ontem [anteontem] e a cliente teve de ir embora. Como vou fazer com alguém que fizer (escova) progressiva?", afirma.
O dono de um supermercado, Jailson Martins, 31, já entrou em contato com a Eletropaulo duas vezes. Ontem, ele jogou 200 pães no lixo que estavam congelados no refrigerador. Do Agora
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