O líder sem-terra José Rainha acusa o governo de José Serra de não prestar assistência à 5.500 famílias assentadas.
Os assentamentos no Pontal do Paranapanema são do Itesp (órgão que deveria ser responsável pela reforma agrária no Estado de São Paulo), e este órgão é quem deveria aprovar os projetos de assentamentos e geração de trabalho e renda.
Rainha afirma:
"Estão tentando é barrar o projeto do biodiesel, porque é um projeto do governo Lula. O secretário Marrey (Luiz Antonio Marrey, da Justiça) disse que não dará verba, mas os assentamentos são do Itesp, da secretaria dele. São 5.500 famílias que ele deixa de assistir. Isso nos obriga a ir buscar dinheiro do governo federal."
"O pano de fundo de tudo isso é o fato de que, em 2010, todos esses assentados vão votar na ministra Dilma (Rousseff, da Casa Civil), a candidata do Lula".
O líder disse não temer investigações sobre verba repassada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
Desafetos denunciaram fraudes na prestação de contas de R$ 3,5 milhões repassados para um projeto de biodiesel na região, ao Ministério Público Federal (MPF) e à Polícia Federal, que apura as denúncias.
Rainha afirmou que não dirige a Federação das Associações de Assentados e Agricultores Familiares do Oeste Paulista (Faafop) nem a Associação Amigos de Teodoro Sampaio, as duas entidades beneficiadas, mas se sente responsável, pois idealizou o projeto do biodiesel.
Ele confirmou também o repasse de mais de R$ 7 milhões para um programa habitacional nos assentamentos. O dinheiro foi liberado pela Caixa Econômica Federal (CEF) para a Faafop. "Acho bom investigarem também este. Já fui muito investigado e nunca acharam nada."
PARA ONDE FOI OS R$ 50 MILHÕES QUE O ITESP DEVERIA APLICAR?
Rainha disse: "É uma merreca se comparada aos R$ 50 milhões que o governo federal repassou para o Itesp (Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo) nos últimos dois anos", afirmou. "Acho que o Ministério Público deveria investigar também onde o Itesp gastou esse dinheiro, pois aqui no Pontal não foi."
Fonte: Estadão
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