O ex-presidente Lula disseque, desde o fim da década de 1990, as nações do continente elegeram presidentes "progressistas" no Brasil, Venezuela, Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolívia, Equador e Chile, o que permitiu uma maior unidade na América do Sul. "Nunca em 500 anos de história tivemos a quantidade de governantes progressistas que temos hoje", disse durante seu discurso em um ato ao lado do presidente da Bolívia, Evo Morales, e junto a jovens e membros dos movimentos sociais bolivianos na cidade de Santa Cruz.O líder brasileiro destacou ainda como uma mostra de integração o crescimento do comércio entre o Brasil e o restante da América do Sul, que passou de US$ 12 bilhões na década passada para US$ 83 bilhões hoje. "A balança comercial em 2003 entre Brasil e América do Sul era de US$ 12 bilhões e hoje em dia é de US$ 83 bilhões. É até maior que com a Europa e maior que com os Estados Unidos", disse Lula, que participará de um fórum econômico nesta terça-feira.
O ex-presidente afirmou que, ao chegar ao poder, em 2003, firmou como um de seus objetivos mudar a geografia econômica da América do Sul, porque não havia união e o Brasil "dava as costas" aos outros países da região, privilegiando os negócios com a Europa e os EUA. Lula também acusou os países ricos de terem provocado desconfiança entre Brasil e seus vizinhos, e vice-versa, o que impedia o avanço rumo a uma integração regional.
Em entrevista coletiva posterior, o presidente Morales destacou a postura de Lula quanto à necessidade de avançar na integração física e econômica do continente com o fortalecimento de políticas de solidariedade. Morales também destacou que o Brasil é um "irmão mais velho" por sua liderança econômica e industrial na região e anunciou que na próxima semana o assessor presidencial brasileiro, Marco Aurélio Garcia, visitará a Bolívia para anunciar novas políticas de cooperação.
Lula chegou ao aeroporto de Viru Viru às 17h locais (18h de Brasília) e foi recebido pelo vice-chanceler boliviano, Juan Carlos Alurralde, e pelo embaixador brasileiro na Bolívia, Marcel Biato, entre outras autoridades.
Nesta terça-feira, o petista segue para um fórum da Câmara de Indústria e Comércio de Santa Cruz, da Câmara Agropecuária do Oriente e da Câmara Boliviana de Hidrocarbonetos, para depois viajar à Costa Rica. A chegada de Lula coincide com a estreia nos cinemas bolivianos do filme Lula, o Filho do Brasil.
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