segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sistema criado por Serra amplia gastos


Itens usados em escolas da rede estadual passaram a ser adquiridos com preços acima do valor de mercado

Uma mudança feita no sistema de compras de materiais para escolas estaduais de São Paulo com o objetivo de gerar economia aos cofres públicos acabou aumentando os gastos do governo.

A modificação ocorreu no ano passado, durante a gestão do candidato a presidente José Serra (PSDB) no governo de São Paulo.

Alguns itens passaram a ser adquiridos pelo Estado a preços acima do valor de mercado e até por aqueles praticados por outros órgãos do governo paulista.

Pelo sistema vigente até maio de 2009, a FDE (Fundação de Desenvolvimento da Educação) repassava mensalmente a cada uma das escolas o valor correspondente a R$ 1,60 por aluno.

As diretoras dessas unidades compravam no comércio suprimentos cotidianos, como papel higiênico e canetas, após a elaboração de três orçamentos. O dinheiro que sobrava era devolvido à FDE.

Com a mudança, o sistema, agora, é on-line. Duas empresas do ramo de papelarias prestam o serviço para 2.223 escolas de 34 municípios da Grande São Paulo: a Kalunga e a Gimba.

Os pedidos são feitos por um site específico, e a FDE emite "ordens de fornecimento" às empresas, que entregam os produtos em dois dias. O governo efetua o pagamento em até 30 dias.

De janeiro a setembro, as duas empresas já haviam recebido do governo "ordens de fornecimento" no valor de R$ 36,4 milhões -média de R$ 1,64 por aluno/mês. À Folha a FDE afirmou que o novo sistema havia reduzido o índice para R$ 1,08.

Pelo sistema antigo, o Estado teria desembolsado R$ 35,5 milhões, no mesmo período. Esse valor é superestimado, porque não considera as devoluções que as escolas faziam em caso de sobra.

Pelo novo sistema, chamado "rede de suprimentos", diretores de escolas visualizam na internet uma lista na qual são apresentados os produtos disponíveis, quantidade e preços.

A Folha teve acesso à lista de produtos oferecida às escolas pela Kalunga. A análise dos dados mostrou que, mesmo sendo comercializados em larga escala com a FDE, parte dos itens pode ser adquirida por preços mais baixos no site da Kalunga.

Foram comparados artigos com a mesma marca e especificações técnicas aos listados na rede de suprimentos. Enquanto uma embalagem com cinco unidades de arquivo morto é vendida à FDE por R$ 25,60, no site da Kalunga vale R$ 13,35.

A reportagem também comparou os preços ofertados às escolas com os listados na Bolsa Eletrônica de Compras, na órgãos de toda a administração pública compram suprimentos.

Um pacote com oito unidades de papel higiênico para dispenser custa às escolas paulistas R$ 39. Na BEC, o mesmo produto foi negociado por R$ 14,65.Folha

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2 comentários:

  1. Alerta ao PT e aos blogueiros progressistas! 'Já ganhou' = abstenção! É a luta "voto a voto" !!!

    http://ocommunard.wordpress.com/2010/10/25/alerta-ao-pt-e-aos-blogueiros-progressistas-ja-ganhou-abstencao/

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  2. E O FIM DO MUNDO! TIROU AS VERBAS P/DESPESAS MIUDAS QUE ERAM REPASSADAS A CADA 3 MESES(NÃO ERAM MENSAIS CONFORME REPORTAGEM) AS ESCOLAS
    ESTADUAIS E AS COLOCOU NAS MÃOS DA KALUNGA PREJUDICANDO AQUELE PEQUENO COMERCIANTE DA COMUNIDADE QUE VIVIA DAS MESMAS(INTEGRAÇÃO
    DA ESCOLA COM A COMUNIDADE).ALEM DO MAIS O MATERIAL QUE TEM CHEGADO É DE PESSIMA QUALIDADE EM SUA MAIORIA E COM PREÇOS SUPERIORES AOS DE MERCADO.

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