segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Plano de Serra vai água a baixo:Biografia é insuficiente para vencer, diz cientista político

A comparação de biografias no horário eleitoral gratuito tende a não funcionar como estratégia para captar mais votos na disputa presidencial deste ano, analisa o cientista político e professor universitário Alberto Carlos Almeida. Nesta eleição, o voto tende a ser menos "personalista" e mais "institucional", afirma Almeida, diretor do Instituto Análise e autor dos livros "A cabeça do brasileiro" e "Como são feitas as pesquisas eleitorais e de opinião".

"O eleitor não vai votar só no mais bem preparado, mas sim em quem tem mais condições de melhorar a vida dele", disse Almeida. "Nesta eleição as pessoas vão às urnas para comemorar o aumento do poder de compra", afirmou. "E a tendência dos candidatos é reforçar a imagem de defensor dos pobres", comentou.

O fato de ter mais experiência administrativa ou de ser o "mais preparado" não é suficiente para o candidato ganhar o voto do eleitor, considerou o diretor do Instituto Análise. Em 2006, lembrou o Almeida, o então candidato do PSDB, Geraldo Alckmin terminou a eleição com a imagem de "mais bem preparado" do que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas o eleitor preferiu a continuidade de um governo que melhorou a vida dele. O voto "institucional" prioriza o projeto de governo que leva o eleitor a "ganhar mais".

O principal meio de comunicação para defender esse projeto é a televisão. A análise do impacto do programa eleitoral gratuito sobre as intenções de voto nas duas últimas eleições, no entanto, mostra cenários divergentes. Em 2002, Lula cresceu de 37% para 45% com o início da propaganda na televisão e no rádio. Seu principal adversário, o tucano José Serra, manteve-se na faixa de 19%. Na disputa presidencial seguinte, em 2006, Lula manteve-se estável, com 49%, e o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, ampliou a margem de intenção de votos de 25 % para 38%, segundo pesquisa do instituto Datafolha.

Ter a maior fatia do horário eleitoral gratuito na televisão e no rádio, no entanto, não garante vitória a ninguém, segundo analistas políticos e de marketing. Apesar da alta exposição, há dezenas de casos recentes de derrota. O exemplo clássico citado por especialistas em marketing eleitoral é o de Ulysses Guimarães (PMDB), que na disputa pela Presidência, em 1989, terminou a eleição em sétimo lugar, apesar de ter 37% a mais de tempo na televisão do que o segundo colocado na escala de tempo na propaganda oficial.

O importante, destacam marqueteiros, é que o tempo na propaganda eleitoral seja usado para passar uma "mensagem positiva" e para o debate de propostas. São citados os casos da eleição de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que ganhou a disputa pela Presidência após o Plano Real, em 1994 e a reeleição, em 1998.

Um comentário:

  1. José Ronaldo(jose.ronaldo@ibest.com.br)segunda-feira, 09 agosto, 2010

    Cara Dilma: Gostaria de sugerir algumas respostas bem ao estilo do Brizola: (Cuidado com Homer Bonner!!!)
    BNDS: Falácia de "ESPECIALISTAS". Estes sempre preferem o copo meio vazio ao meio cheio. Tenha certeza que ganhando a eleição a imprensa noticiará que o Serra chegou em segundo e a Srs. em penúltimo. É tudo desconstrução e virulencia. Ademais que emprego de "especialistas" é demanda "inelástica". Qq. governo, qq. situação economica eles sempre estarão bem empregados e alugando seus conhecimentos; Até porque a maioria tem emprego público garantido nas universidades.
    BNDS: Empréstimos para os "grandes" não gera emprego. Alguém acredita que, mesmo com capacidade ociosa, uma corporação possa produzir algo sem insumos, que são comprados/produzidos no mercado. O emprego está nas pequenas e médias empresas que empregam muita mão de obra e produzem a peça para outra que produz a máquina ou peça necessária ao grande negócio.
    EMPREGO: Sr. William o sr. conhece o Rio? Conhece o subúrbio do Rio? Vou citar um exemplo: O sr. conheceu, por exemplo, a rua Cardoso de Morais, em Bonsucesso? O bairro de Pilares? A Avn. Suburbana? pois é, estes lugares, de grande densidade populacional e consequente movimento comercial industrial,estavam, há 10 anos, parados, mortos, sem oportunidades, eram os logradouros da "latinha": Lá tinha uma fábrica; lá tinha uma oficina, etc... Sugiro que dê uma passada por lá hoje e, se puder tente alugar uma loja ou galpão... Depois me conte. Me diga se não viu centenas de pequenas empresas, lojas de rua, bares e padarias. Estes são os empregos que o BNDS não gerou lá no topo da cadeia economica.
    POLÍTICA: Política é para políticos. Alguns bons, outros nem tanto. FAço política sob demanda e eventualmente. Prefiro assumir uma administração positiva, que faz o possível sempre que possível e o necessário quando preciso. Não adoto nem assumo a retórica comum de se falar sobre tudo e não dizer nada. Existem diversas agendas em progresso no Brasil, mas a principal delas é o emprego. Para gerar emprego e progresso é preciso alavancar a economia como um todo e não se elegerem tópicos pontuais apenas com finalidades político-eleitoreiras.
    PREPARO/DISCURSO: Sou economista. Egressa da administração pública, onde militei com regularidade e discrição. É muito fácil sais por aí apregoando-se o melhor; o mais preparado; o mais político, etc... Eu sou aquela que assume os riscos e toma as decisões. Faço o que tem que ser feito quando tem que ser feito. Não sou o tipo de candidata que irá assumir o mérito de terceiros e apregoá-los como meus para depois me ver forçada à desdizer.
    FARC/CUBA/IRÃ: Isto tem que ser visto como mero pragmatismo político. O Brasil tem carencias e interesses que extrapolam a dicotomia esquerda-direita. O Brasil tem estatura e tem que ter postura. O fato de não se alinhar necessáriamente à este ou aquele bloco ou tendencia não significa um décimo do que se diz na imprensa. Quem quer ser respeitado tem de ter personalidade, agir com responsabilidade e pugnar mais para influenciar que ser influenciado. Nossa agenda é de dentro para fora. Acima de tudo o interesse do Brasil e dos brasileiros.

    Saudações
    J.Ronaldo
    Marceneiro - RJ

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