A reforma da Praça Roosevelt, que ainda nem chegou a ser iniciada, sofreu mais um revés. Parte da verba designada pela Prefeitura para as obras foi destinada para os gastos da Virada Cultural deste ano. Dos R$ 8 milhões prometidos pelo prefeito Gilberto Kassab, cerca de 15%, R$ 2,8 milhões, servirão à organização do evento sazonal. Enquanto isso, um dos redutos culturais da capital paulistana fica jogado às traças, à espera da boa vontade do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em liberar a parte que lhe cabe. De acordo com a Prefeitura, as obras começariam em junho de 2010. Mas, até agora, nenhum tijolo ou saco de cimento foi encaminhado ao local.
A Virada Cultural é um marco da cidade, sem dúvida. São Paulo é a megalópole cultural do País, com suas diversas vertentes artísticas e manifestações de arte. No entanto, remanejar verbas destinadas às benfeitorias da cidade é como despir um santo para vestir outro (e olha que o nosso santo nem tem roupa direito). Segundo a Empresa Municipal de Urbanização(Emurb), a obra está ainda em fase de licitação e a pergunta a se fazer é: se o início das obras foi prometido para o mês que vem, então devemos presumir que a licitação deva ocorrer em menos de três semanas?
A Secretaria Municipal de Planejamento se pronunciou dizendo que a verba remanejada para a Virada Cultural não deve comprometer o orçamento nem a “continuidade” dos serviços da Praça Roosevelt. Estou plenamente de acordo com a secretaria, afinal, a continuidade de nada não deve mexer mesmo no bolso nem do BID nem da Prefeitura.
A reforma, estimada em mais de R$ 40 milhões, está fatiada da seguinte maneira: 85% deste valor será bancado pelo BID e, apenas, 15% pela Prefeitura de São Paulo. Até este momento, nenhum centavo foi liberado pelas partes. Resta saber qual é a lista de prioridades da Prefeitura para incrementar seu parque cultural.
A Praça Roosevelt é um reconhecido reduto do samba de tradição e também palco de manifestações teatrais mambembes, criativas e talentosas. Lá desfilam compositores, artistas, cantores, atrizes, atores, autores e diretores. Merece ser tratada com a importância de um patrimônio artístico da cidade.
A praça é uma dama da cultura paulistana com status de rainha. Jamais pode ser menosprezada e renegada a segundo plano. É protagonista na história da rotina da Pauliceia e, assim, deve ter prioridade no rol das reformas mais urgentes.
Nós, os artistas da Praça Roosevelt, desejamos que a praça seja o encontro das manifestações populares de alta estirpe e não o beco dos ladrões e drogados. Para isso, basta boa vontade e urgência dos órgãos públicos.FT
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