A ex-ministra Dilma Rousseff pautou sua participação no Congresso Estadual do PT da Bahia, ontem, pela agenda social. "É o povo que é dono desse país, e não o país que é dono do povo", discursou a ex-ministra, no lançamento da pré-candidatura à reeleição do governador Jaques Wagner (PT).
Dilma e Jaques Vagner fizeram o discurso da continuidade e de defesa da manutenção de um Estado mais ativo na definição de políticas econômicas. "Fizemos o que não queriam fazer antes e elevamos as condições de vida da população", discursou Dilma. "Fomos aqueles que começamos como loucos e, depois de 30 anos, ensinamos que era o contrário do que eles (os adversários) falavam, que era preciso crescer para dividir o bolo. Nós crescemos dividindo o bolo", afirmou Wagner.
Na segurança pública, Dilma defendeu, em entrevista coletiva pela manhã, a combinação entre "autoridade" e inserção em programas sociais das populações marginalizadas, em regiões dominadas pelo crime organizado. "Nossa questão é derrotar o crime e aí precisa reforçar a Força Nacional de Segurança, que nós criamos", disse. Dilma defendeu ampliar as atividades de inteligência da polícia e os programas sociais nos lugares onde a autoridade policial tenha retomado o controle do território do crime organizado, a exemplo do que ocorre hoje com as Unidades de Polícias Pacificadoras (UPPs), no Rio, programas de segurança pública em áreas de risco altamente subsidiadas pelo governo federal.
Dilma reiterou, a ideia de criar um Ministério do Empreendedorismo - no início do mês, já com a ideia de definir políticas especiais para a pequena e para a média empresas, havia evitado dizer que criaria um novo ministério, mas chegou a dizer que era a única pasta que consideraria adicionar ao atual gabinete de governo.
O ministério tem com o objetivo de atender ao pequeno e médio empreendedor, Dilma afirmou que "o objetivo é disseminar micro e pequenas empresas pelo Brasil e incentivar o empreendedorismo, e dar sustentação creditícia, ou seja, linhas de crédito e (incentivo) tributário".
Do ponto de vista do funcionamento, defendeu, na coletiva, que seria uma concepção semelhante à existente na área de agricultura, onde o Ministério da Agricultura define políticas para o agronegócio e o Ministério do Desenvolvimento Agrário traça as ações de governo na área de agricultura familiar.
Nos discursos no Congresso Estadual, o candidato à reeleição para o governo da Bahia e a candidata a presidente questionaram as teorias econômicas liberais. "Quando eles (os adversários) idolatravam o mercado absoluto, o bezerro de ouro, nós resistimos e mantivemos a Petrobras, o Banco do Brasil, a Embasa. Quem sustentou o país em 2009, durante a crise, foram os bancos públicos", discursou Wagner. Dilma, por sua vez, definiu os subsídios do governo do PT como parte de políticas para beneficiar as classes de menor renda. Deu, como exemplo, as políticas de subsídios a moradias e ao acesso à energia elétrica. "Se fossem entregues a forças mercantis, eles (os pobres) jamais conseguiriam (acesso a esses bens)", afirmou a ex-ministra.
A candidata recusou-se a comentar a pesquisa Vox Populi. "Eu acho que não podemos usar a pesquisa como avaliação de campanha, nem subir no salto alto por causa de pesquisa", afirmou, em entrevista coletiva, frisando que manterá a decisão de não comentar sondagens eleitorais quando elas forem contrárias ou favoráveis à sua candidatura.
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