sexta-feira, 16 de abril de 2010

País faz captação com a menor taxa de juros da história

O Brasil vendeu ontem nos Estados Unidos e na Europa US$ 750 milhões de títulos da dívida externa com vencimento em 2021.

Na operação, a primeira captação externa do Tesouro Nacional neste ano, o governo obteve o menor cupom de juros da história para um título soberano do País: 4,875% ao ano. O cupom representa os juros que o Tesouro paga aos investidores que compram o papel brasileiro. O pagamento é feito duas vezes ao ano.

Até então, o menor cupom havia sido na venda do Global 2041, bônus emitido no ano passado a uma taxa de 5,625%. Um cupom de juros menor é bom para o Tesouro porque reduz o fluxo de desembolsos anuais do governo até o vencimento do papel. A taxa de retorno ao investidor (yield, ou rentabilidade do papel) ficou em 5% ao ano. A taxa é calculada levando em conta o cupom e o fluxo de pagamentos.

O Global 2021, negociado ontem, é um novo papel da dívida externa para o prazo de referência de dez anos. A mais recente emissão do Tesouro ocorreu em dezembro, com a colocação do Global 2019, quando o Tesouro conseguiu pagar a menor taxa de retorno para os investidores da história: 4,75%. Agora, como o Global 2021 tem prazo de vencimento com dois anos a mais, o yield obtido na operação, 5%, foi equivalente ao da operação histórica de dezembro.

Janela. O Brasil encontrou ontem uma janela de oportunidade para fazer essa operação no mercado internacional com a melhora das condições nesta semana. A expectativa era de que a venda poderia alcançar US$ 1 bilhão. O Brasil está com boa imagem no exterior e descolado da Grécia, que tenta fazer, sem sucesso, operação de venda de títulos. O país ainda tem rating melhor que o Brasil pelas agências de classificação de risco.

A estratégia da nova operação brasileira continua sendo melhorar o perfil da dívida externa com a troca de papéis por outros com custo mais baixo e de maior liquidez. Para isso, o Tesouro vem recomprando títulos da dívida externa com prêmios maiores. Em janeiro e fevereiro, recomprou cerca de US$ 600 milhões. Com as compras de março e abril o volume está próximo a US$ 1 bilhão. Essa foi a sexta captação externa do Tesouro após a saída da crise. A operação pode ser estendida hoje ao mercado asiático.Valor

Um comentário:

  1. Está na hora das Agências Internacionais de
    'Rating' melhorarem o do Brasil.
    Aí captaremos, cada vez mais, com juros menores,
    reformulando o perfil da dívida e pagando menos juros ao longo do tempo.

    É Dilma lá, COM as mulheres e PARA as mulheres e, com o nosso voto também.

    ResponderExcluir

Nota do moderador: Comentários preconceituosos, racistas e homofóbicos, assim como manifestações de intolerância religiosa, xingamentos, ofensas entre leitores, contra o blogueiro e a publicação não serão reproduzidos. Não é permitido postar vídeos e links. Os textos devem ter relação com o tema do post. Não serão publicados textos escritos inteiramente em letras maiúsculas. Os comentários reproduzidos não refletem a linha editorial do blog