quarta-feira, 24 de março de 2010

Cientista político da FGV vê favoritismo de Dilma

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, deve despontar nos próximos meses como a favorita para suceder o Presidente Lula nas eleições de outubro.

A avaliação foi feita por Fernando Abrucio, cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV): "O favoritismo de Dilma tende a florescer em meio a um cenário de inflação baixa, crescimento econômico e aumento do emprego"

A ministra, observou o cientista político, ainda poderá colher os frutos dos altos índices de aprovação de Lula e, sobretudo do governo.

"A diferença entre a popularidade dos dois indicadores diminuiu nas últimas pesquisas, o que é positivo para a campanha de Dilma", disse. Apesar do Presidente ser um grande cabo eleitoral, Abrucio acredita que o governo terá uma capacidade de transferência de votos maior.

"Com Lula fora da disputa, o eleitor vai pesar se quer ou não a continuidade. O voto está muito associado a uma sensação de bem-estar social por parte da população, que está satisfeita", afirmou Abrucio.

A percepção favorável, acrescentou, cresceu também com a expansão de investimentos em educação, com a criação de universidades e escolas técnicas, e o programa Minha Casa Minha Vida. Mesmo com a combinação destes fatores, Serra ainda permanece um candidato competitivo, com grandes trunfos para explorar durante a campanha.

Segundo Abrucio, o tucano tem a seu favor a experiência eleitoral e densidade política muito maior do que a sua adversária. Além disso, conta com um recall acima de 30%, patamar só superado por Lula. "A Dilma não tem biografia política para ganhar uma eleição presidencial sozinha, enquanto o tucano se tornou um político mais maleável após a derrota nas eleições de 2002".

Abrucio lembrou que Serra fez uma gestão bem avaliada no Ministério da Saúde. Junto com segurança pública, a saúde está entre os principais pontos negativos do governo Lula, conforme captaram Datafolha e Ibope.

Ele previu ainda que o deputado Ciro Gomes (PSB-CE), se realmente confirmar a intenção de disputar, estará sem alianças e não irá ultrapassar a casa dos 10% de votos, podendo atrapalhar as coligações estaduais do PSB. Já a senadora Marina Silva (PV-AC), contará com o apoio dos eleitores mais escolarizados, que estão cansados da polarização entre PSDB e PT. "No entanto, o teto dela será de 15%. Até porque os eleitores pobres, que definem a eleição, não votam nela", concluiu.Valor Econômico

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