sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

PT e PSDB correm para desatar nó que ameaça ruir palanques estaduais

Com palanques desarticulados nos principais colégios eleitorais do País, PSDB e PT dedicam o começo do ano para desembaraçar os nós nos Estados onde ainda não têm estrutura eleitoral definida para dar suporte a seus candidatos à Presidência da República em 2010. O objetivo é criar vitrines regionais robustas para os prováveis postulantes ao Palácio do Planalto - a petista Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil, e o tucano José Serra, governador de São Paulo. Para isso, os dois partidos pretendem fechar a costura política até março.

Os tucanos se preocupam com três Estados nos quais não há candidato definido até agora - Rio de Janeiro, Ceará e Amazonas. Do lado petista, o imbróglio maior está em São Paulo e em Minas Gerais, primeiro e segundo maiores colégios eleitorais do País, respectivamente. Há ainda indefinição no Rio, Paraná, Pará e Maranhão.

Na segunda quinzena de janeiro, o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), e o secretário-geral do partido, Rodrigo de Castro (MG), começam a viajar pelo País. O medo é repetir 2006, quando o então candidato a presidente, Geraldo Alckmin, ficou praticamente sem campanha nos Estados.

À época, o receio de perder votos fez com que candidatos a governador evitassem fazer oposição à reeleição de Lula. "É melhor um palanque menor, mas que seja fiel ao nosso candidato a presidente. Dessa vez, não vamos admitir os erros de 2006", declarou Rodrigo de Castro. "Na campanha passada, tivemos palanque demais e campanha de menos", disse Guerra.

O Rio é o principal motivo de dor de cabeça no PSDB. Havia dois anos que se apostava no palanque com Fernando Gabeira (PV). O deputado, no entanto, prefere o Senado. Tucanos agora se dividem entre fabricar a candidatura de um parlamentar - Marcelo Itagiba, Otávio Leite ou Índio da Costa, este do DEM - ou convencer o ex-prefeito César Maia (DEM), que também quer o Senado e resiste a "ir para o sacrifício". O PT enfrenta o problema contrário. Além do governador Sérgio Cabral (PMDB), apoiado por Lula, o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT), colocou o nome no páreo para o governo.

O PSDB não tem candidato no Ceará, reduto do presidenciável Ciro Gomes (PSB). O senador Tasso Jereissati, amigo de Ciro, resiste a disputar contra o governador Cid Gomes (PSB). O PT fechou apoio a Cid, em uma frente com PMDB e PSB.

Maior vexame da eleição de 2006, o Amazonas continua sendo uma interrogação. Lá, Alckmin teve apenas 176.338 votos contra 1.159.709 de Lula. E nada diz que a situação será diferente. O partido ensaia um flerte com Amazonino Mendes (PTB), mas foca na reeleição do senador Arthur Virgílio.

No Distrito Federal, os tucanos perderam o palanque do governador José Roberto Arruda, envolvido no mensalão do DEM. Não está descartado o apoio ao ex-governador Joaquim Roriz (PSC) ou, num cenário menos provável, palanque próprio com Maria de Lourdes Abadia .

Paraíba e Rio Grande do Sul também estão indefinidos. No primeiro caso, ala do ex-governador Cássio Cunha Lima no PSDB apoia Ricardo Coutinho (PSB), prefeito de João Pessoa. Outra quer lançar o senador Cícero Lucena. No Rio Grande do Sul, Yeda Crusius quer se reeleger, mas a cúpula prefere o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB).

FRONTE PETISTA

O maior problema para o PT está em São Paulo, onde o PSDB governa de 1995. A alternativa Ciro Gomes, construída por Lula, desperta cada vez mais desconfiança. "O tempo da candidatura Ciro se esgota e o PT toma a frente para lançar candidatura própria", disse o líder petista na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP). O cenário está indefinido entre o deputado Antonio Palocci, a ex-prefeita Marta Suplicy e o prefeito de Osasco, Emidio de Souza. Ventilou-se o nome do senador Aloizio Mercadante, que quer a reeleição.

Em Minas, o ex-prefeito Fernando Pimentel e o ministro Patrus Ananias colocaram seus nomes. A cúpula do PT quer evitar uma prévia e não vê com maus olhos o apoio ao ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB). Há ainda enrosco no Pará, onde a governadora Ana Júlia Carepa vive às turras com o PMDB, de Jader Barbalho. E no Maranhão, onde parte do PT resiste a apoiar Roseana Sarney. No Paraná, há indefinição para petistas e tucanos. Ambos cortejam o palanque do senador Osmar Dias (PDT) - mas o PSDB tem dois nomes, Álvaro Dias e Beto Richa.Estadão

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