quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Hillary vem preparar visita de Obama ao País


A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, virá a Brasília em março para preparar a visita do presidente Barack Obama ao País ainda neste semestre. Programada para a segunda metade de 2009, essa agenda foi atrasada pela ausência de um embaixador dos EUA em Brasília desde agosto. Oportunamente, essa situação evitou o constrangimento de contatos em alto nível de Brasília e Washington no período em que as relações bilaterais se mostravam conturbadas pelas posições divergentes dos dois países sobre as crises de Honduras e do Irã.

A chegada a Brasília do novo embaixador americano, Thomas Shannon, tende a destravar essas visitas. Em 4 de fevereiro, o embaixador entregará suas credenciais ao Presidente Lula - rito que oficializa sua condição de representante dos EUA diante do governo brasileiro - e receberá, no dia seguinte, o subsecretário de Estado, Nicholas Burns, que preparará a vinda de Hillary.

Os encontros entre Hillary e Amorim e, depois, entre Obama e Lula serão consumidos pelo esforço de aproximar as posições entre os dois países nos âmbitos bilateral, regional e global. No primeiro campo, ambos os governos pretendem dar vazão a um acordo-quadro sobre economia e comércio para expandir a atual margem de cooperação e de facilitação de trocas de bens e serviços e de investimentos, mas não alcançará a abertura comercial.

Quanto ao âmbito global, será inevitável a Amorim e Hillary tratar da aproximação entre o Brasil e o Irã - marcada pela visita do presidente Mahmoud Ahmadinejad a Brasília em novembro passado e pela promessa de visita de Lula ao Irã em junho próximo - e da Conferência de Revisão do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), que se dará em Nova York entre 3 e 28 de maio. Ambas as questões têm tópicos associados.

No início de fevereiro, o governo Obama deverá apresentar ao Conselho de Segurança dA ONU uma proposta de imposição de novas sanções contra o programa nuclear do Irã - o mesmo abertamente defendido pelo presidente Lula há dois meses. Desde 1º de janeiro, o Brasil ocupa uma cadeira  no Conselho de Segurança e, portanto, será chamado a posicionar-se. Como acentuou Shannon a Amorim, os EUA passaram a considerar importante a opinião do Brasil sobre temas globais.

Na esfera regional, a expectativa do Itamaraty é que a crise de Honduras já esteja resolvida quando Hillary desembarcar em Brasília. Mas, até ontem, não havia possibilidade de reconhecimento do Brasil ao governo de Porfírio "Pepe" Lobo, presidente eleito de Honduras, que tomará posse no dia 27. Amorim deixou claro a Shannon que espera de Washington a preservação de um canal de comunicação mais fluido.

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