Sem a peruca que marcou sua imagem nos últimos meses, a ministra Dilma Rousseff, apareceu ontem na cerimônia de lançamento do 3º Programa dos Direitos Humanos, no Itamaraty, em Brasília, com o cabelo natural, bem curto. A peruca escondeu a queda de cabelos da ministra, provocada pelo tratamento quimioterápico a que se submeteu depois de passar por uma cirurgia de retirada de um câncer linfático.
Dilma chorou ao falar durante homenagem à militante de esquerda Inês Etiene Romeu, que recebeu o prêmio Direitos Humanos 2009. "Quem viveu aquele tempo em que a palavra democracia era esquecida, quando não perversamente deturpada, compreende o sentido do resgate e da conservação da memória do que ocorreu no País naquele período", disse Dilma, ao lembrar que foi companheira de Inês, de sonhos e lutas.
Já oPresidente Lula disse que há um mês aconselhou Dilma a se livrar da peruca e se surpreende toda vez que conversa com ela e percebe que a ministra não carrega ódio por ter sido torturada. "Eu acho que ela não tem raiva. Se alguém prendeu a Dilma, se alguém torturou a Dilma, achando que tinha acabado a luta da Dilma, ela é uma possível candidata à Presidência da República deste país. É assim que as coisas acontecem", afirmou Lula, durante um discurso improvisado.
Depois, fazendo referência a Inês, Lula disse: "A gente sofreria menos se transformasse os nossos companheiros em heróis e não apenas em perseguidos", afirmou o presidente.
"A Inês lutava porque ela queria ter liberdade neste país. Porque ela sonhava que um dia este país iria ter um governo que tivesse compromisso com a grande maioria da sociedade. A Dilma lutava pela mesma coisa. O Franklin Martins participou do sequestro do embaixador americano exatamente para que a gente tivesse mais liberdade. Tarso Genro foi preso para isso", disse Lula. "Minha querida Inês, só queria lhe dizer uma coisa: valeu a pena cada gesto que vocês fizeram, cada choque que vocês tomaram, cada apertão que vocês tiveram. Valeu a pena."
Em seu discurso, o presidente pregou a necessidade de acabar com o preconceito e com a hipocrisia. Segundo ele, são doenças que precisam ser banidas da humanidade. "Ninguém pergunta a um negro, um pobre, um cego, um homossexual, na hora da eleição, o que ele é. A pessoa quer o voto dele. A Receita Federal não quer saber se a pessoa é negra, homossexual ou se é pobre. Quer é receber o imposto que a pessoa deve", disse.
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