O PT vai lançar um plano para intensificar a polarização com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Agora, avaliam petistas, será mais fácil trabalhar para viabilizar uma eleição plebiscitária entre Serra e Dilma Rousseff. Uma agenda intensa para Dilma em São Paulo, prevista para ter início na segunda quinzena de janeiro. O objetivo é trazê-la para o maior número possível de eventos no Estado comandado pelo tucano, de preferência na companhia de Lula.
"Nós já trabalhávamos com a tese de que a candidatura de Serra era a mais provável. Só houve surpresa em relação ao momento em que isso ocorreu", afirmou o ex-senador José Eduardo Dutra, eleito para presidir o PT a partir de 2010. "De qualquer forma, isso dá mais clareza ao cenário", emendou. Líder do PT na Câmara, o deputado Cândido Vaccarezza (SP) engrossou o coro: "Não houve surpresa. Ainda assim, não cabe a nós discutir a luta interna de um partido de oposição."
A presença mais intensa de Dilma em São Paulo coroa uma estratégia que já vem sendo aplicada pelo PT desde o início deste ano, com o objetivo de neutralizar o domínio tucano no Estado. O PSDB comanda o Palácio dos Bandeirantes desde 1995 e o PT tem consciência da dificuldade de concorrer em território paulista, onde até Lula acumula derrotas nas urnas.
o PT passou o primeiro semestre deste ano investindo em caravanas pelo interior paulista. Os principais líderes da legenda foram escalados para promover o nome de Dilma.
ENCONTROS
Mais recentemente, o PT passou a realizar encontros regionais para discutir o programa de governo para 2010. Com isso, ganhou a chance de repetir números sobre a presença dos programas sociais que serão transformados em bandeira da campanha de Dilma no ano que vem, como é o caso do Bolsa-Família ou do ProUni. O presidente do PT paulista, Edinho Silva, disse que é apenas dar continuidade ao trabalho que já vem sendo feito. "A possibilidade de Aécio ser o candidato sempre foi remota", declarou o dirigente.
Apesar do plano, o PT não enxerga nenhuma possibilidade de Serra assumir publicamente a candidatura de imediato. Por isso, a tendência é de que Dilma mantenha o cronograma inicial e só se coloque oficialmente na disputa em fevereiro, quando o PT realiza seu 4º Congresso. Até lá, ela deverá investir cada vez mais no discurso comparativo com a gestão do tucano Fernando Henrique Cardoso. No máximo, afirmam aliados, dará algumas alfinetadas em seu provável rival na corrida presidencial do ano que vem.Cm informações da Agência Estado
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