O presidente Luiz Inácio Lula da Silva utilizou nesta sexta-feira a posse do novo advogado-geral da União (AGU), Luís Inácio Adams, para criticar a recente decisão de órgãos de controle, como o Tribunal de Contas da União (TCU), de paralisar obras importantes para o governo. Na mesma solenidade e ao lado do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, Lula ainda rebateu as insinuações do magistrado de que poderiam existir irregularidades nas frequentes viagens de Lula e da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para vistoriar e inaugurar empreendimentos públicos.
Em um recado para Gilmar Mendes e suas condenações sobre as viagens de Lula e de Dilma, apontada como a candidata governista à sucessão do presidente, resumiu: "se o presidente e os ministros não estiverem andando por esse País para saber o quer está acontecendo (...). Muitas vezes eu pergunto para a Dilma como está uma obra e ela diz que nem começou".
Ao comentar a atuação do TCU, sem citar nominalmente a instituição, Lula disse ter um relatório das "coisas consideradas absurdas" e elencou diversos exemplos, em sua avaliação, de situações em que parece que "todo mundo é desonesto até que se prove o contrário".
"As coisas mais absurdas (...) (são) obras paralisadas durante dez meses, cinco meses, um ano e depois essas obras são autorizadas sem que as pessoas que as paralisaram tenham qualquer indício de punição. Quem faz está subordinado a todas as leis e quem dá ordem para parar não está a nenhuma. Os entraves são demais. Se parte do pressuposto que todo mundo é desonesto até que se prove o contrário", criticou. "(Com) Esse negócio de um remar para frente e cinco remarem para trás a gente nunca vai ganhar a medalha de ouro que a gente pretende ganhar no campo da economia", afirmou.
"Muitas vezes prevalece a coisa lá embaixo. As pessoas não tem dimensão de como é paralisar uma obra do País. Com que direito alguém para uma obra por nove meses? Qual é o custo para a União, para o País, para o povo brasileiro? Quantos milhões deixamos de ganhar com aquela obra paralisada? Acho que isso vai ter que mudar", defendeu o presidente Lula.
Na avaliação de Lula, para fazer frente a esses problemas é preciso que os órgãos de controle e de acompanhamento de obras públicas promovam uma "harmonização" entre si para evitar prejuízos na consolidação dos projetos. "É preciso uma harmonização melhor entre essas dezenas de instituições (...) entre si. Às vezes uma pessoa nos confins de um estado qualquer tem mais poder que um presidente da República, que um quadro de ministério. Às vezes é uma pessoa de quarto escalão", reclamou.
"Tem que ter uma câmara alguma coisa, tecnicamente inatacável, para decidir. Senão o País vai ficando atrofiado", concluiu.Terra
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