Mesmo depois de sucessivos cortes no Orçamento feitos em vários servuços, como varreção de ruas, mereda em creches, saúde, verba para conter enchetentes...por Gilberto Kassab (DEM), a Câmara Municipal tenta hoje construir uma proposta de aumento de salário do prefeito, da vice, Alda Marco Antonio, e dos 27 secretários. Segundo líderes de bancada, o novo salário deve ser de cerca de R$ 17,5 mil - valor já recebido por nove secretários que acumulam o salário atual (R$ 5,3 mil) e mais dois jetons de R$ 6 mil pela participação em conselhos administrativos de empresas da Prefeitura. Kassab ganha atualmente R$ 12 mil mensais.
Apesar da sintonia com Kassab, a proposta apresentada ontem pelo presidente da Câmara, Antonio Carlos Rodrigues (PR), rachou a base kassabista. Aliados disseram ser favoráveis ao reajuste, mas alegam que o momento não é adequado. "É um negócio justo, mas difícil de defender agora. É um desgaste fora de hora", afirmou um dos líderes. "Se fosse correção da inflação, ainda teria justificativa."
A preocupação com possível "desgaste" tem motivo. Na semana passada, a Justiça Eleitoral cassou 13 vereadores e tornou um suplente inelegível por três anos acusados de receber doações ilegais da Associação Imobiliária Brasileira (AIB). Eles já conseguiram efeito suspensivo até o julgamento do recurso no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Para conceder reajuste em 2010, a proposta precisa ser votada em plenário neste ano. Em agosto, a Casa já havia aprovado aumento do teto do funcionalismo de R$ 12.384,06 (salário de Kassab) para R$ 22.111,00 (teto do Judiciário), medida que abriu caminho para reajuste de secretários. "Mas não há nada decidido ainda, vamos discutir isso na Mesa e buscar um acordo", disse Rodrigues.
A Mesa Diretora tem quatro governistas e um parlamentar de oposição. São necessários os votos de três membros para a aprovação do projeto. Kassab diz que vai abrir mão de seu futuro reajuste, mas a majoração é pleiteada pelos secretários.
A decisão dos vereadores reflete posição adotada pela cúpula governista, de que o aumento deve ser votado ainda neste ano, quando não há eleições e a possibilidade de desgaste é menor. O Executivo tenta aprovar ainda a proposta para a correção do IPTU, que deve chegar à Câmara na próxima semana, e o Plano Plurianual 2009-2012.
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