sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Dilma no jantar com o PP



A ministra Dilma Rousseff, jantou na noite de quarta-feira na casa do líder da bancada na Câmara, Mário Negromonte (BA). Depois do jantar, Dilma foi até a cozinha agradecer aos empregados.

"E aí, gente? Eu vim cumprimentar vocês", disse a ministra, sorridente. Dilma beijou a cozinheira, abraçou ajudantes, acenou para garçons e tirou fotos com a equipe responsável pelos quitutes. "Parabéns! Obrigada por tudo", agradeceu, esbanjando simpatia, após saborear peixe e legumes grelhados.

O clima do jantar também foi de descontração. Diante de deputados, senadores, ministros e dos governadores Alcides Rodrigues (Goiás) e Ivo Cassol (Rondônia), Dilma foi muito elogiada pelo PP . "Somos parceiros no governo. A gente não sabe onde começa a realização de vocês e onde começa a nossa", disse Dilma.

Integrante da base de sustentação do governo Lula, o PP comanda o Ministério das Cidades e deve se juntar ao PMDB no apoio a Dilma, apesar da briga com o PT em alguns Estados, como São Paulo, Minas, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás e Mato Grosso do Sul. Em Minas, por exemplo, o partido é aliado do governador Aécio Neves, um dos presidenciáveis do PSDB.

"Não há nada que uma intervenção cirúrgica não resolva", disse Negromonte, alegando que Lula será "o grande cirurgião" dos acordos nos Estados. "Só não podemos deixar nenhum de nossos candidatos na UTI."

O principal motivo para não tornar público o apoio a Dilma agora é que Aécio é sobrinho do presidente do PP, senador Francisco Dornelles (RJ).

Dilma elogia gestão do PP em Ministério

A ministra Dilma Rousseff, ressaltou, em jantar com o PP a importância da legenda na execução dos programas Minha Casa, Minha Vida e do PAC Saneamento e Habitação, ambos vinculados ao Ministério das Cidades, onde são geridos pelo aliado pepista Márcio Fortes.Dilma agradeceu o apoio do PP ao governo

"Ela conhece profundamente o país, sabe qual a realidade de cada cidade. Este diálogo com os deputados vai ajudá-la ainda mais", disse Negromonte.

Dilma foi a única petista a discursar no jantar - além dela, estavam presentes o presidente do partido, Ricardo Berzoini (SP); o líder na Câmara, Cândido Vacarezza (SP); o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (RS); o deputado Antônio Palocci (SP) e o ministro da coordenação política, Alexandre Padilha, sob cuja responsabilidade, na Presidência da República, está a liberação das emendas parlamentares.

Dilma destacou a competência do ministro das Cidades, Márcio Fortes, e reforçou a afinidade entre as duas legendas. "Ela é tanta que hoje temos dificuldades de definir onde começa a ação do PT e onde termina a do PP", afirmou.

Para o PP, o governo acertou ao não privilegiar apenas a estabilidade econômica e a inclusão social. "Um dos grandes méritos da gestão Lula é retomar os investimentos em habitação, saneamento, portos e aeroportos", elogiou o deputado João Pizzolatti (PP-SC). Segundo ele, Dilma afirmou que o PP também tem responsabilidade com os "avanços políticos" obtidos no governo do PT.

O presidente do partido, senador Francisco Dornelles (RJ), pediu à ministra uma maior aproximação com a legenda. Dornelles, que além de ser tio do governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), é um dos críticos da política de distribuição de royalties adotadas pelo governo federal, reconheceu que Dilma "ganhou pontos", junto ao partido. "Ela foi bastante agradável e simpática. Muitos parlamentares que nunca tiveram contato direto com ela antes ficaram surpresos", afirmou ele. Mesmo assim, Dornelles manteve a posição inicial de só decidir se o PP apoiará Dilma durante a campanha eleitoral do ano que vem. "Estamos a um ano das eleições, é muito tempo".

O Programa Minha Casa, Minha Vida também foi citado por Dilma na manhã de ontem, durante o programa de Rádio "Bom dia Ministro", veiculado pela Rádio Nacional. A ministra garantiu que até o fim deste ano serão assinados 400 mil contratos de casas populares. E prometeu que até o meio do ano que vem (quando começa inicialmente a campanha presidencial), outros 400 mil serão assinados. "Queremos garantir que este seja um programa permanente", declarou a ministra.

A intenção inicial do Presidente Lula era construir um milhão de casas até dezembro de 2010. Alertado de que seria impossível, Lula concordou em anunciar a assinatura de um milhão de contratos na Caixa Econômica Federal até o fim do próximo ano. Para a ministra, este é um grande avanço, já que o país não investiu no setor habitacional nas últimas décadas, provocando um déficit de seis milhões de moradias.

No mesmo programa, Dilma previu que o país crescerá entre 5% e 6% em 2010. E que, mesmo diante da descrença de alguns analistas, o crescimento neste ano também será positivo.

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