sábado, 26 de setembro de 2009

Tucano deixa o partido atirando em Serra

Vereador mais votado de São Paulo na eleição de 2008, Gabriel Chalita afirma que deixa o PSDB porque não foi respeitado pelo partido.

Em entrevista publicada na edição deste sábado da Folha (conteúdo exclusivo para assinantes do jornal e do UOL), Chalita diz que nunca conseguiu se reunir com o governador José Serra. "Fui tratado de uma forma preconceituosa no PSDB."

Na quinta-feira (24), o educador usou o Twitter (microblog) para informar que decidiu sair do PSDB e se filiar ao PSB.

O ex-secretário da Educação por SP (2001-2006) conta ainda que tentou avisar pessoalmente ao governador que estava deixando o partido, mas as reuniões entre os dois eram sempre adiadas por Serra.

Para o futuro próximo, Chalita planeja concorrer pelo PSB a uma vaga no Senado.

Vereador mais votado do país, ex-tucano diz que nunca conseguiu ser recebido por Serra

Vereador mais votado de São Paulo na eleição de 2008, o escritor e educador Gabriel Chalita afirma que deixou o PSDB porque estava sem espaço no partido e nem sequer conseguia conversar com o governador do Estado, José Serra. Chalita se filiará ao PSB, da base de apoio a Lula e do deputado federal e presidenciável Ciro Gomes (CE), na terça-feira. Quer concorrer ao Senado:

FOLHA - Por que o sr. saiu do PSDB?

GABRIEL CHALITA - Na condição de vereador mais votado do Brasil, eu queria pelo menos ter sido respeitado pelo partido. Eu não fazia parte da Executiva nem do Diretório. Nunca me reuni com o governador Serra. Fui tratado de uma forma preconceituosa no PSDB. Tenho convicções e experiências de sucesso de quando fui secretário da Educação de São Paulo [2001-2006], como o programa Escola da Família.

FOLHA - E por que o PSB?

CHALITA - O Eduardo Campos [governador de Pernambuco do PSB] é um fenômeno. Eu gosto do Márcio França [deputado federal] e tenho fascínio pela Luiza Erundina [deputada federal]. Quando ela foi prefeita de São Paulo [1989-1992], colocou na educação o Paulo Freire [educador, 1921-1997] e nunca enriqueceu na política.

FOLHA - O sr. esteve com o ex-ministro José Dirceu (PT)?

CHALITA - Não tenho nada contra ele, mas nunca vi o José Dirceu pessoalmente na minha vida. Eu sempre tive uma boa relação com o PT. Não estou saindo para brigar com ninguém.

FOLHA - O sr. se dá bem com o Ciro?

CHALITA - Ele era um dos meus modelos quando estava no PSDB. Gosto muito. Ciro não tem nada de desonestidade e corrupção. Ele é combativo e defende suas causas.

FOLHA - O sr. tentou avisar o Serra de que estava deixando o partido?

CHALITA - Sim, mas todas as vezes que ele marcou comigo, ele acabou postergando. Não quero fazer parte de uma campanha sem fazer parte de um projeto. Eu sinto uma carência de projetos no PSDB. O Lula tem um projeto claro para o Brasil.

FOLHA - Qual sua relação com a ministra Dilma Rousseff?

CHALITA - Ela é intransigente na questão moral e, como o Ciro, tem a qualidade de ouvir as pessoas. Um governante ególatra faz coisas imprevisíveis.

FOLHA - E como fica sua relação com Geraldo Alckmin?

CHALITA - Do ponto de vista pessoal, não muda nada. Fui correto com ele, o procurei várias vezes para dizer que eu não tinha espaço no PSDB.

FOLHA - O sr. não teme que o PSDB tente retomar sua vaga na Câmara?

CHALITA - Espero que não, eu ajudei o partido na eleição.

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