terça-feira, 29 de setembro de 2009

PSB define hoje domicílio eleitoral de Ciro Gomes

A cúpula do PSB reúne-se hoje em São Paulo para a filiação do vereador Gabriel Chalita (ex-PSDB) ao partido e deve tomar a decisão final sobre a permanência do domicílio eleitoral do deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) no Ceará ou transferência para São Paulo.

Esta é a última semana para a troca partidária do político que quiser disputar as eleições de 2010 por outra legenda. O PMDB de Goiás está na expectativa de receber o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles (atualmente sem filiação partidária). É também o prazo final para eventuais mudanças de domicílio eleitoral. Decidido a concorrer à Presidência da República, Ciro não pretende fazer a transferência, mas deixou a decisão para o PSB.

A mudança do domicílio para São Paulo daria a ele a possibilidade de disputar o governo do Estado - hipótese ainda não descartada por setores do PT, que não tem candidato competitivo ao cargo. "Em princípio, ele fica no Ceará, mas discutiremos isso amanhã (hoje) em São Paulo", diz o secretário-geral do PSB, senador Renato Casagrande (ES).

Apesar de a candidatura Ciro demonstrar competitividade nas pesquisas de intenção de voto, a entrada de Chalita - vereador mais votado do país - no PSB é a adesão mais importante da legenda até agora. Casagrande atribui esse fato à decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2007, de que o mandato do político que troca de partido é da legenda, parece estar inibindo uma movimentação mais intensa entre as siglas. "Graças a Deus acabou aquele tumulto dos anos anteriores", diz o senador.

O PT, após perder os senadores Marina Silva (AC), que foi para o PV com a possibilidade de disputar a Presidência da República, e Flávio Arns (PR), ainda sem partido, não mostra sinais de perder ou receber políticos. "O PT é um partido programático. Ninguém entra para ser candidato. Quem saiu é porque discorda do programa", afirma o líder da bancada na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (SP).

O PSDB perdeu Chalita, mas ganhou um senador - Expedito Júnior (ex-PR-RO) - e está na expectativa de receber mais dois: Geraldo Mesquista (AC), e Valter Pereira (MS), ambos do PMDB. A deputada federal Rita Camata (PMDB-ES) também é aguardada pelos tucanos. Ela poderá ser uma opção para disputar o Senado na vaga do marido, Gerson Camata (PMDB-ES). O senador Mão Santa (PI) também deixou o PMDB e foi para o PSC.

Ainda é indefinida a situação do ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB), da Paraíba, que negocia sua ida para o PSB, para disputar o Senado. Essa articulação depende da decisão do PSDB sobre lançar o senador Cícero Lucena (PSDB) a governador ou aliar-se ao prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho (PSB), atualmente o candidato mais competitivo. A eleição de Cássio para o Senado seria mais tranquila numa composição com Coutinho.

O PMDB, que já perdeu o deputado Zequinha Marinho (PA) para o PSC, pode perder os deputados Geraldo Pudim (RJ) - que deve aderir ao PR do ex-governador Anthony Garotinho -, Arcélio Casagrande (SC), Paulo Henrique Lustosa (CE), Laerte Bessa (DF) - deve ir para o PSC, partido para o qual já se filiou o ex-governador Joaquim Roriz (ex-PMDB). Em São Paulo, os deputados Antonio Bulhões e Francisco Rossi devem deixar o PMDB, por falta de espaço para disputarem em 2010. O presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, deve ir para o PR.

Por enquanto, foram formalizadas à Secretaria-Geral da Câmara a mudança partidária de cinco deputados: Zequinha Marinho (PA) - do PMDB para o PSC -, Jairo Carneiro (BA) - do DEM para o PP -, Edmar Moreira (MG) -do DEM para o PR-, Rogério Marinho (RN) -do PSB para o PSDB- e Zé Vieira (MA) - do PSDB para o PR.

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