O presidente Luiz Inácio Lula da Silva atribuiu "ao povo mais pobre" os méritos pela recuperação da economia brasileira. "Graças ao povo brasileiro e, sobretudo, ao povo mais pobre, a economia deste país sobreviveu, com o comércio crescendo praticamente durante 23 meses seguidos", disse Lula ontem, em visita ao porto de Suape, no município de Ipojuca (a 60 km de Recife, PE).
Para ele, a crise poderia até ter sido menor no Brasil, se os empresários tivessem mantido seus projetos, em vez de suspendê-los ou adiá-los.
"A verdade é que o PIB demonstra que a economia brasileira está se recuperando, mas demonstra também que ele só caiu do jeito que caiu porque uma parte da sociedade entrou em pânico, por acreditar mais nas manchetes dos jornais do que naquilo que a gente falava que ia acontecer", declarou.
"Teve gente que desativou totalmente os projetos de investimento", disse. "Teve gente que deu férias coletivas no mês de janeiro. Eu acho que foi um erro de pessoas que preferiram acreditar numa mentira bem contada do que numa verdade bem contada, nua e crua, do que estava acontecendo."
Lula disse que chegou a pedir em cadeia de TV para que os brasileiros mantivessem seu padrão de consumo. "O governo, em vez de ficar com medo como das outras vezes e fazer mais superavit primário, resolveu que a palavra de ordem era: "não parem os investimentos"."
Para o presidente, a volta do crescimento comprovou que o país "estava realmente mais preparado do que todo o mundo desenvolvido" para enfrentar a crise econômica. "Mais do que toda a Europa e mais do que os Estados Unidos."
Mantega e Meirelles
Em São Paulo, o ministro Guido Mantega (Fazenda) avaliou que o crescimento do PIB comprova que a economia estava "forte" quando a crise se agravou. Além disso, ele reforçou o papel do governo para minimizar os efeitos no Brasil com a desoneração de tributos e a redução da taxa de juros.
Assim como Lula, Mantega também alfinetou os empresários. "Alguns não acreditaram que teríamos uma recuperação rápida", comentou, citando as férias coletivas adotadas por algumas empresas e a redução na produção para queimar estoques. A previsão é que a indústria termine o ano "empatada ou com crescimento negativo pequeno" no confronto com 2008 por causa da queda no último trimestre. O ministro destacou ainda que o investimento "é o último a se recuperar".
Segundo Mantega, o Brasil terá gasto, ao final de 2009, entre 1% e 1,5% do PIB deste ano entre renúncia fiscal e outras ações para estimular a economia, como o programa Minha Casa, Minha Vida.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, também comemorou o resultado do PIB, que segundo ele mostra que o Brasil "saiu da crise antes e com crescimento mais forte do que a maioria dos países".
Ao contrário dos dois trimestres anteriores, em que as quedas do PIB foram comentadas apenas por meio de curtos comunicados à imprensa, ontem Meirelles organizou entrevista para celebrar os números. "Isso mostra que as medidas tomadas pelo governo brasileiro e pelo Banco Central foram adequadas, tomadas na medida certa e na hora certa", disse. Folha
E o jornal O Globo,de oposição ao governo Lula, pela primeira vez deu uma bola dentro...
O principal propulsor do crescimento do PIB foi, mais uma vez, o consumo das famílias, que se amplia há 23 trimestres, ou quase seis anos, em relação ao mesmo período do ano anterior. E, dessa vez, o gasto doméstico acelerou. Entre abril e junho, o consumo das famílias subiu 3,2%. Com esse resultado, interrompeu tendência registrada desde o terceiro trimestre do ano passado - auge da crise mundial - quando passou a apresentar taxas cada vez menores.
Consumidor já esqueceu medo de desemprego Para Rebeca Palis, gerente de Contas Trimestrais do IBGE, o que pesou mais no crescimento do PIB no último trimestre foi o consumo: - Os gastos das famílias foram afetados por vários motivos.
O primeiro foi a atuação do governo, com as medidas de desoneração para automóveis e eletrodomésticos. Além disso, houve a continuação do crescimento da massa salarial (soma dos rendimentos obtidos por todos os trabalhadores) e do crédito para as pessoas físicas.
Na comparação com o primeiro trimestre deste ano, na série com ajuste sazonal, o consumo das famílias avançou 2,1% entre abril e junho.
Alexandre Maia, economistachefe da GAP Asset, afirma que o bom desempenho do consumo das famílias espelha a melhoria no mercado de trabalho e no crédito, cuja retomada foi puxada pelos bancos públicos: - A expansão da renda também ajudou e o mercado doméstico tem tudo para acelerar daqui para frente.
Se o consumidor nunca se retraiu - nem mesmo no auge da crise e diante de perspectivas muito ruins para o emprego -, agora o temor parece ter sido sepultado de vez. O vigilante Alex Goulart aproveitou os preços baixos para renovar cozinha e sala. Há três meses, comprou televisão, geladeira e aparelho de som. Segundo ele, a crise foi motivo de preocupação apenas nos primeiros meses.
Felizmente, pudemos manter o padrão de vida e ainda aproveitar os preços para fazer compras - afirma Alex, de 38 anos, que é casado e tem três filhos.
Além de maior segurança sobre o emprego, os consumidores aproveitaram a redução no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), promovida pelo governo como medida anticrise.Globo
Para ele, a crise poderia até ter sido menor no Brasil, se os empresários tivessem mantido seus projetos, em vez de suspendê-los ou adiá-los.
"A verdade é que o PIB demonstra que a economia brasileira está se recuperando, mas demonstra também que ele só caiu do jeito que caiu porque uma parte da sociedade entrou em pânico, por acreditar mais nas manchetes dos jornais do que naquilo que a gente falava que ia acontecer", declarou.
"Teve gente que desativou totalmente os projetos de investimento", disse. "Teve gente que deu férias coletivas no mês de janeiro. Eu acho que foi um erro de pessoas que preferiram acreditar numa mentira bem contada do que numa verdade bem contada, nua e crua, do que estava acontecendo."
Lula disse que chegou a pedir em cadeia de TV para que os brasileiros mantivessem seu padrão de consumo. "O governo, em vez de ficar com medo como das outras vezes e fazer mais superavit primário, resolveu que a palavra de ordem era: "não parem os investimentos"."
Para o presidente, a volta do crescimento comprovou que o país "estava realmente mais preparado do que todo o mundo desenvolvido" para enfrentar a crise econômica. "Mais do que toda a Europa e mais do que os Estados Unidos."
Mantega e Meirelles
Em São Paulo, o ministro Guido Mantega (Fazenda) avaliou que o crescimento do PIB comprova que a economia estava "forte" quando a crise se agravou. Além disso, ele reforçou o papel do governo para minimizar os efeitos no Brasil com a desoneração de tributos e a redução da taxa de juros.
Assim como Lula, Mantega também alfinetou os empresários. "Alguns não acreditaram que teríamos uma recuperação rápida", comentou, citando as férias coletivas adotadas por algumas empresas e a redução na produção para queimar estoques. A previsão é que a indústria termine o ano "empatada ou com crescimento negativo pequeno" no confronto com 2008 por causa da queda no último trimestre. O ministro destacou ainda que o investimento "é o último a se recuperar".
Segundo Mantega, o Brasil terá gasto, ao final de 2009, entre 1% e 1,5% do PIB deste ano entre renúncia fiscal e outras ações para estimular a economia, como o programa Minha Casa, Minha Vida.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, também comemorou o resultado do PIB, que segundo ele mostra que o Brasil "saiu da crise antes e com crescimento mais forte do que a maioria dos países".
Ao contrário dos dois trimestres anteriores, em que as quedas do PIB foram comentadas apenas por meio de curtos comunicados à imprensa, ontem Meirelles organizou entrevista para celebrar os números. "Isso mostra que as medidas tomadas pelo governo brasileiro e pelo Banco Central foram adequadas, tomadas na medida certa e na hora certa", disse. Folha
E o jornal O Globo,de oposição ao governo Lula, pela primeira vez deu uma bola dentro...
O principal propulsor do crescimento do PIB foi, mais uma vez, o consumo das famílias, que se amplia há 23 trimestres, ou quase seis anos, em relação ao mesmo período do ano anterior. E, dessa vez, o gasto doméstico acelerou. Entre abril e junho, o consumo das famílias subiu 3,2%. Com esse resultado, interrompeu tendência registrada desde o terceiro trimestre do ano passado - auge da crise mundial - quando passou a apresentar taxas cada vez menores.
Consumidor já esqueceu medo de desemprego Para Rebeca Palis, gerente de Contas Trimestrais do IBGE, o que pesou mais no crescimento do PIB no último trimestre foi o consumo: - Os gastos das famílias foram afetados por vários motivos.
O primeiro foi a atuação do governo, com as medidas de desoneração para automóveis e eletrodomésticos. Além disso, houve a continuação do crescimento da massa salarial (soma dos rendimentos obtidos por todos os trabalhadores) e do crédito para as pessoas físicas.
Na comparação com o primeiro trimestre deste ano, na série com ajuste sazonal, o consumo das famílias avançou 2,1% entre abril e junho.
Alexandre Maia, economistachefe da GAP Asset, afirma que o bom desempenho do consumo das famílias espelha a melhoria no mercado de trabalho e no crédito, cuja retomada foi puxada pelos bancos públicos: - A expansão da renda também ajudou e o mercado doméstico tem tudo para acelerar daqui para frente.
Se o consumidor nunca se retraiu - nem mesmo no auge da crise e diante de perspectivas muito ruins para o emprego -, agora o temor parece ter sido sepultado de vez. O vigilante Alex Goulart aproveitou os preços baixos para renovar cozinha e sala. Há três meses, comprou televisão, geladeira e aparelho de som. Segundo ele, a crise foi motivo de preocupação apenas nos primeiros meses.
Felizmente, pudemos manter o padrão de vida e ainda aproveitar os preços para fazer compras - afirma Alex, de 38 anos, que é casado e tem três filhos.
Além de maior segurança sobre o emprego, os consumidores aproveitaram a redução no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), promovida pelo governo como medida anticrise.Globo
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