sábado, 12 de setembro de 2009

Durante evento em Pernambuco, presidente celebra o fim do complexo de inferioridade do brasileiro

O Presidente Lula aproveitou a solenidade de batimento de quilha do primeiro navio do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) para reforçar o discurso nacionalista e de proximidade às camadas populares. A cerimônia ocorreu no Estaleiro Atlântico Sul, em Ipojuca (PE), no Complexo Industrial e Portuário de Suape.

“Quantos de vocês que estão aqui e nós acreditávamos há cinco ou há seis anos que a gente ia ter um estaleiro desse porte em Pernambuco? Porque se já se achava que o brasileiro era de segunda classe, imaginem então o povo do Nordeste. Era considerado de terceira categoria. Era aqui que tinha menos doutor, menos engenheiro, menos mestre. Quantos de vocês já tinham perdido a esperança de trabalhar em uma fábrica, de ter uma carteira profissional assinada?”, disse Lula.

O Promef é considerado pelo governo um dos mais importantes projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ele prevê 40 mil empregos diretos e 120 mil indiretos. A primeira etapa prevê a construção de 26 navios (petroleiros e gaseiros), com investimento de US$ 2,5 bilhões. Na segunda, outros 23 navios serão construídos. Para o Planalto, o evento tinha importância estratégica. A partir de 2010, a Transpetro — subsidiária da Petrobras — começará a receber os primeiros quatro petroleiros de um total de 49 embarcações que serão adquiridas.

Base tripla

O Promef é baseado em três requisitos: que os petroleiros encomendados pela Transpetro sejam construídos no Brasil, que tenham 70% de nacionalização e que, após a chamada “curva de aprendizado”, a indústria naval brasileira venha a ter competitividade em nível mundial.

“Nós queremos depender de outros países naquilo que não temos competência ou conhecimento tecnológico, mas temos que fazer investimento para termos o conhecimento. E por isso resolvemos que era possível fazer navios aqui e que era possível fazermos plataformas, que era possível a gente convencer os países que detinham tecnologia a fazer parceria conosco”, afirmou Lula, antes de ressaltar que a economia suportou a crise mundial por conta das classes menos favorecidas.

“Sei que ainda tem muita coisa para ser feita no Brasil nas áreas da educação e da saúde. Mas o mais importante é que estamos aprendendo que é possível fazer as coisas de forma diferente”, emendou.

Nós queremos depender de outros países naquilo que nós não temos competência ou conhecimento tecnológico, mas temos que fazer investimento para termos o conhecimento”Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República

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