sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Gravações complicam situação de Yeda Crusius

A CPI da Corrupção na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul apresentou quinta-feira mais quatro áudios liberados pela Justiça sobre o suposto esquema que teria desviado mais de R$ 40 milhões do Detran-RS. As escutas mostram comentários de interlocutores sobre o repasse de propina para a governadora Yeda Crusius e sobre o pagamento de contas do PSDB e da própria tucana com dinheiro desviado do Detran.

Segundo a presidente da CPI, Stela Farias (PT), os áudios contêm indicações muito fortes da participação da governadora e pistas claras da divisão dos dividendos da fraude no Detran.

– A sociedade gaúcha tem o direito de saber como funcionava o esquema e em que mãos foram parar os recursos desviados dos cofres públicos – disse a deputada estadual.

Um dos áudios é de um telefonema entre o empresário Lair Ferst e Marcelo Cavalcante, ex-chefe do Escritório Político do Rio Grande do Sul em Brasília, encontrado morto na capital federal. A conversa fala da carta que Ferst teria enviado à governadora, alertando sobre o risco da fraude do Detran se transformar num escândalo caso Yeda não tomasse uma providência. Na gravação, o empresário relata uma conversa em que a governadora teria dito que “o negócio é muito complicado porque envolve os partidos e que ela não quer se incomodar com os partidos”. Em outro trecho do telefonema, Ferst conta que foi chamado pelo então presidente do Detran, Flávio Vaz Netto, que o informou que “fizeram um acordão para distribuir os valores entre eles e tinha ficado acertado que a parte da governadora seria R$ 170 mil”. O empresário afirma ainda que a governadora “dá sinais de que está concordando com tudo”.

Em outro áudio exibido na CPI, Vaz Netto envia um recado para o relator da CPI do Detran, Adilson Troca (PSDB), por meio do assessor do PP, Sérgio Araújo. No telefonema, o ex-presidente do Detran pede que Araújo diga ao tucano que está disposto a voltar à comissão para dizer que foi pressionado por Delson Martini, ex-secretário-geral de Governo, a readmitir Ferst no esquema fraudulento para “produzir dinheiro para pagar as contas do PSDB e da governadora”.

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