O emprego na indústria brasileira cresceu 0,4% em julho, a primeira alta após nove meses consecutivos de queda. Mas na comparação com o mesmo período do ano passado o número de vagas caiu 7%.
Depois de a produção industrial confirmar a recuperação pelo sétimo mês consecutivo, com 2,2% de alta de julho em comparação com junho, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou novo indicador positivo que mostra que o pior da crise já passou. O nível de emprego na indústria nacional – depois de nove meses de queda – cresceu 0,4% na comparação de julho com junho, que caiu 0,1% ante maio. Apesar da leve melhora, a comparação com mesmo mês no ano anterior ainda tem queda de 7%, o que configura a oitava baixa consecutiva.
– As taxas negativas já vinham reduzindo seu ritmo de queda. Mas não dá ainda para suplantar o ano de 2008 – diz André Macedo, economista da Coordenação de Indústria do IBGE. No acumulado dos últimos 12 meses, a retração foi de 2,7%. E janeiro a julho de 2009 ante igual período do ano passado, a queda foi de 5,4%.
Para Rogério Cesár de Souza, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), os resultados recentes mostram que o emprego parou de cair:
– A partir de março vimos essa trajetória de melhora. E julho pode consolidar essa mudança. – diz ele. – O emprego sofreu muito com o impacto da crise, mas menos que a produção industrial. O que é positivo, porque emprego é massa salarial, que significa consumo das famílias, que abastece o mercado interno. A produção industrial foi um desastre, mas os empresários, após um primeiro ajuste de demissões, esperaram para ver como o mercado reagiria.
Papel e gráfica: exceção
Em relação aos setores industriais, o único impacto positivo partiu de papel e gráfica (8,6%). Para André Macedo, uma possível explicação poderia ser a impressão de livros e material didático por conta da reforma ortográfica. No restante, o contingente de trabalhadores diminuiu, como nos meios de transporte (- 12,9%), máquinas e equipamentos (–12,3%), produtos de metal (–11,7%) e vestuário (–8,7%).
Ainda de acordo com o levantamento do IBGE, na passagem de junho para julho as demissões superaram as contratações nas 14 áreas investigadas e em 17 dos 18 setores pesquisados. Os locais onde esse movimento se deu de forma mais intensa foram São Paulo (–5,2%), Minas Gerais (–12,2%), Região Norte e Centro-Oeste (–10,8%) e Rio Grande do Sul (–9,1%).
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