O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) é o pré-candidato a presidente da República com maior crescimento de intenções de voto nos últimos três meses, segundo pesquisa do Ibope, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada ontem. O resultado do levantamento reforça o argumento defendido por Ciro e pelo PSB a favor do lançamento de duas candidaturas da base governista em vez de uma - tática preferida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"A realidade brasileira não se acomoda ao quadro americano de democratas contra republicanos", disse Ciro, ao comentar o resultado da enquete. Pesquisas realizadas para o PSB mostram que o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), pode vencer no primeiro turno, se concorrer com apenas um candidato da base. "Nós temos uma cultura federativa, de pluripartidarismo até na conta de uma hiper fragmentação que gera desacomodações de impossível organização em dois pólos", disse.
Ciro manteve a crítica ao que chama de "hegemonia moral e intelectual da aliança PT-PMDB". Mas não estendeu a crítica a todo o PMDB, apenas à "forma moralmente frouxa e intelectualmente sem clareza" da coalizão. "Abomino critérios fisiológicos, patrimonialistas, corruptos."
Segundo ele, se uma aliança com o PMDB tiver que ser formada com base nos critérios atuais - ou na "hegemonia" atual, como prefere -, "nem eles me querem nem eu a eles". Avançando mais na delimitação do alvo de suas críticas, Ciro disse que, "se for com esse tipo de critério que dá a Eduardo Cunha (deputado do PMDB do Rio) o protagonismo que tem na Câmara, não quero o PMDB".
Em relação à última rodada da CNI-Ibope, realizada em junho, Ciro sobe cinco pontos percentuais, diminui a diferença para o governador de São Paulo, José Serra (PSDB) - que perde quatro pontos percentuais mas continua liderando em todos os cenários em que é colocado como o candidato tucano - e ultrapassa a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). A candidata de Lula perde de três a quatro pontos percentuais.
Sobre o desempenho de Dilma, Ciro afirmou que ela está sofrendo o mesmo "fenômeno" que já teria acontecido com ele: "Uma desequilibrada agressão, um processo de difamação permanente, grave". Tudo, na opinião do deputado, numa tentativa de prejudicar o projeto de Lula. "A Dilma não tem sossego."
Nos três cenários em que Serra é substituído pelo governador Aécio Neves (MG) como candidato do PSDB, Ciro passa a liderar a corrida, com vantagem de dez pontos percentuais em relação a Dilma. Quando Aécio substitui Serra como candidato do PSDB, Ciro vence a eleição com 25% (com Marina Silva e Heloísa Helena na disputa, além de Aécio e Dilma) e com 28% (em disputa sem a participação de Heloísa Helena).
O diretor de Relações Institucionais da CNI, Marco Antonio Guarita, e o analista de pesquisas da MCI Consultoria, Amauri Teixeira, afirmaram que ainda é cedo para se falar em tendência em relação à sucessão, pela antecedência do pleito. A única observação de Teixeira é com relação ao crescimento de Ciro. Ele lembra que a pesquisa foi realizada após a divulgação das inserções do PSB no horário gratuito de televisão.
Apesar do seu bom desempenho, Ciro considerou a pesquisa, realizada a mais de um ano da eleição, "uma coisa absolutamente precária". Segundo seu raciocínio, nenhuma eleição confirma o que apontaram as pesquisas realizadas com tamanha antecedência. O deputado reafirmou sua "intenção pessoal" de disputar a Presidência da República em 2010, mas disse ainda depender da decisão do seu partido.
Pelo acordo feito entre PT e PSB, com aval de Lula, a decisão sobre o lançamento de um ou mais candidatos da base deverá ser tomada em fevereiro de 2010. Mas a possibilidade de Ciro transferir do Ceará para São Paulo seu domicílio eleitoral não está descartada, segundo ele. O prazo termina em 3 de outubro, um ano antes das eleições. Isso deixa aberta a possibilidade de Ciro ser lançado candidato a governador de São Paulo, caso não prospere a tese da candidatura a presidente.
A pesquisa mostra que o brasileiro vive o momento mais otimista do ano. Pela primeira vez em 2009, menos da metade da população acredita que o desemprego aumentará. Em março, 68% dos entrevistados disseram acreditar que o desemprego aumentaria. Na pesquisa divulgada ontem, apenas 40% manifestaram essa preocupação.
Essa percepção positiva da população em relação à economia resulta na boa avaliação do governo Luiz Inácio Lula da Silva, que se mantém praticamente estável: o percentual de 68% que consideravam o governo "ótimo" ou "bom" em junho teve oscilação positiva de um ponto percentual. Em um período de seis meses, caiu de 37% para 20% os entrevistados que consideram a crise financeira "muito grave".
A pesquisa avalia a percepção em relação ao desempenho do governo em nove áreas (combate à fome e à pobreza, segurança pública, combate à inflação, taxa de juros, combate ao desemprego, impostos, meio ambiente, saúde e educação) e em todas houve aprovação. A percepção positiva que mais cresceu foi em relação ao combate à fome e à pobreza.
A gestão Lula sempre teve saldo negativo na avaliação da atuação em relação aos juros, mas atinge agora seu menor saldo negativo e mantém a curva descendente que começou em março. A notícia envolvendo o governo mais lembrada é a exploração do petróleo na camada pré-sal. Outros assuntos mais citados, com menções superiores a 10%, foram as denúncias de irregularidades no Senado e a compra de aviões de caça pelo governo.Valor Econômico
"A realidade brasileira não se acomoda ao quadro americano de democratas contra republicanos", disse Ciro, ao comentar o resultado da enquete. Pesquisas realizadas para o PSB mostram que o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), pode vencer no primeiro turno, se concorrer com apenas um candidato da base. "Nós temos uma cultura federativa, de pluripartidarismo até na conta de uma hiper fragmentação que gera desacomodações de impossível organização em dois pólos", disse.
Ciro manteve a crítica ao que chama de "hegemonia moral e intelectual da aliança PT-PMDB". Mas não estendeu a crítica a todo o PMDB, apenas à "forma moralmente frouxa e intelectualmente sem clareza" da coalizão. "Abomino critérios fisiológicos, patrimonialistas, corruptos."
Segundo ele, se uma aliança com o PMDB tiver que ser formada com base nos critérios atuais - ou na "hegemonia" atual, como prefere -, "nem eles me querem nem eu a eles". Avançando mais na delimitação do alvo de suas críticas, Ciro disse que, "se for com esse tipo de critério que dá a Eduardo Cunha (deputado do PMDB do Rio) o protagonismo que tem na Câmara, não quero o PMDB".
Em relação à última rodada da CNI-Ibope, realizada em junho, Ciro sobe cinco pontos percentuais, diminui a diferença para o governador de São Paulo, José Serra (PSDB) - que perde quatro pontos percentuais mas continua liderando em todos os cenários em que é colocado como o candidato tucano - e ultrapassa a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). A candidata de Lula perde de três a quatro pontos percentuais.
Sobre o desempenho de Dilma, Ciro afirmou que ela está sofrendo o mesmo "fenômeno" que já teria acontecido com ele: "Uma desequilibrada agressão, um processo de difamação permanente, grave". Tudo, na opinião do deputado, numa tentativa de prejudicar o projeto de Lula. "A Dilma não tem sossego."
Nos três cenários em que Serra é substituído pelo governador Aécio Neves (MG) como candidato do PSDB, Ciro passa a liderar a corrida, com vantagem de dez pontos percentuais em relação a Dilma. Quando Aécio substitui Serra como candidato do PSDB, Ciro vence a eleição com 25% (com Marina Silva e Heloísa Helena na disputa, além de Aécio e Dilma) e com 28% (em disputa sem a participação de Heloísa Helena).
O diretor de Relações Institucionais da CNI, Marco Antonio Guarita, e o analista de pesquisas da MCI Consultoria, Amauri Teixeira, afirmaram que ainda é cedo para se falar em tendência em relação à sucessão, pela antecedência do pleito. A única observação de Teixeira é com relação ao crescimento de Ciro. Ele lembra que a pesquisa foi realizada após a divulgação das inserções do PSB no horário gratuito de televisão.
Apesar do seu bom desempenho, Ciro considerou a pesquisa, realizada a mais de um ano da eleição, "uma coisa absolutamente precária". Segundo seu raciocínio, nenhuma eleição confirma o que apontaram as pesquisas realizadas com tamanha antecedência. O deputado reafirmou sua "intenção pessoal" de disputar a Presidência da República em 2010, mas disse ainda depender da decisão do seu partido.
Pelo acordo feito entre PT e PSB, com aval de Lula, a decisão sobre o lançamento de um ou mais candidatos da base deverá ser tomada em fevereiro de 2010. Mas a possibilidade de Ciro transferir do Ceará para São Paulo seu domicílio eleitoral não está descartada, segundo ele. O prazo termina em 3 de outubro, um ano antes das eleições. Isso deixa aberta a possibilidade de Ciro ser lançado candidato a governador de São Paulo, caso não prospere a tese da candidatura a presidente.
A pesquisa mostra que o brasileiro vive o momento mais otimista do ano. Pela primeira vez em 2009, menos da metade da população acredita que o desemprego aumentará. Em março, 68% dos entrevistados disseram acreditar que o desemprego aumentaria. Na pesquisa divulgada ontem, apenas 40% manifestaram essa preocupação.
Essa percepção positiva da população em relação à economia resulta na boa avaliação do governo Luiz Inácio Lula da Silva, que se mantém praticamente estável: o percentual de 68% que consideravam o governo "ótimo" ou "bom" em junho teve oscilação positiva de um ponto percentual. Em um período de seis meses, caiu de 37% para 20% os entrevistados que consideram a crise financeira "muito grave".
A pesquisa avalia a percepção em relação ao desempenho do governo em nove áreas (combate à fome e à pobreza, segurança pública, combate à inflação, taxa de juros, combate ao desemprego, impostos, meio ambiente, saúde e educação) e em todas houve aprovação. A percepção positiva que mais cresceu foi em relação ao combate à fome e à pobreza.
A gestão Lula sempre teve saldo negativo na avaliação da atuação em relação aos juros, mas atinge agora seu menor saldo negativo e mantém a curva descendente que começou em março. A notícia envolvendo o governo mais lembrada é a exploração do petróleo na camada pré-sal. Outros assuntos mais citados, com menções superiores a 10%, foram as denúncias de irregularidades no Senado e a compra de aviões de caça pelo governo.Valor Econômico
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