quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Cantor sertanejo que apoiou o cansei, declara voto em Dilma

A dupla Zezé Di Camargo e Luciano concedeu uma intrigante entrevista para a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de São Paulo,(aqui para assinante), durante as gravações da música Meu Primeiro Amor, que fará parte da trilha sonora do filme Lula, o Filho do Brasil.

Em entrevista publicada nesta quarta-feira (23), os dois resolveram falar de política. Tudo ia bem até que Zezé, um ardoroso defensor do presidente Lula, disse que poderia apoiar nas próximas eleições a candidatura da Ministra Dilma Rossetti ao Planalto. Isso mesmo: Rossetti.

O ato falho aconteceu pelo menos duas vezes ao longo da entrevista. Luciano, que demonstrou estar mais interado das questões políticas do País, corrigiu o irmão e avisou que o nome correto da Ministra era Rousseff.

Zezé disse ainda que tinha medo do Lula nos anos 1980 e não se lembrou do nome da ex-ministra do Meio Ambiente, a Senadora Marina Silva, a quem chamou somente de "aquela menina que foi agora para o Partido Verde... a Marina".

Luciano encerrou a entrevista deixando claro que Zezé tem uma única preferência, torcer para quem está no poder: "O Zezé fala que ele é sempre governo. Quem muda são eles."


Zezé e Luciano na trilha eleitoral

Convidados para gravar a música "Meu Primeiro Amor" para a trilha sonora do longa "Lula, o Filho do Brasil", de Fábio Barreto, Zezé Di Camargo e Luciano receberam a coluna no estúdio Mosh na sexta-feira. Luciano começou a conversa contando que usa sobrancelha postiça e peruca para visitar "disfarçado" eventos como a Bienal do Livro. Mas depois cedeu: "Ih, entrevista para jornal, sobre filme do Lula... Isso vai acabar em política".

FOLHA - Como foi o convite para participar do filme?
ZEZÉ DI CAMARGO - O produtor musical ligou pra mim para fazer o convite e deixou um recado, com um tom, assim, de intimação. Eu disse ""pois não, manda quem pode, obedece quem tem juízo".

FOLHA - Discutiram a proposta?
ZEZÉ - Eu aceitei na hora. Porque não tem meia boca cuidando desse filme. É um time completo, pessoas gabaritadas. E um filme do Lula, falando do Lula, que eu particularmente adoro, tenho amizade pessoal por ele.

FOLHA - E o Luciano?
ZEZÉ DI CAMARGO - Aí eu repeti a mesma frase: manda quem pode, obedece quem tem juízo.
LUCIANO - Quando eu fiquei sabendo que iam fazer a biografia do Lula, eu tinha certeza que a gente ia ser lembrado. Se não lembrassem, eu ia dizer: "Cutuca o homem lá, que você tem amizade com ele, fala lá que a gente tá fora da trilha".

FOLHA - O Zezé é o amigo do Lula.
LUCIANO - Ele tem uma amizade mais próxima, né?
ZEZÉ - Acho que amigo do Lula hoje todo mundo tá querendo ser. Na era pré-sal, é só "Ô, amigo Lula!"

FOLHA - Você já manifestou opiniões contra o presidente...
LUCIANO - O homem Lula sempre teve e sempre vai ter o respeito do Luciano. Agora, algumas atitudes do homem Lula e do governo têm um lado negativo pra mim.

FOLHA - Estão curiosos para assistir ao filme?
ZEZÉ - Muito curioso. É a história de um brasileiro.
LUCIANO - E de uma fase do Brasil que eu não vivi, mas que todos nós sabemos, o auge do militarismo, as manifestações. Vai ter imagens do Lula de barba preta, né?
ZEZÉ - Quando ele aparecia na televisão [na década de 80], assustava todo mundo. Até eu tinha medo dele. Quando eu via as manifestações, dizia: "Meu Deus, que que esse homem quer?" A gente tinha aquela ideia de que aquilo, nossa, simbolizava anarquia. Aquilo me assustava muito.

FOLHA - Participariam de outra campanha?
ZEZÉ - Não como artista, que não pode mais. Mas como cidadão, sim.
LUCIANO - A maior prova de que esse país é livre é que, numa dupla sertaneja, um torce pro São Paulo, o outro pro Corinthians. Às vezes, ele tá feliz com o governo, quase sempre, e eu quase nunca. [risos]

FOLHA - Gostam de algum dos possíveis candidatos a presidente?
ZEZÉ - Além do José Serra, agora tem a Dilma Rossetti, Rousseff, que a gente não sabe... Ela não expressou ainda, né, em termos de discurso, o que que ela imagina. Se vai ser um seguimento do governo Lula... Se for, ótimo. Mas acho também que o José Serra não é um mau partido, é um bom partido. Eu acho que um bom quadro aí seria o Aécio Neves...
LUCIANO - Ufffff... [Luciano se levanta rápido do sofá, como que fugindo de Zezé]. Eu e o Zezé nunca vamos dar certo.
ZEZÉ - Eu gostaria muito de ver [candidatos] o Aécio Neves, Dilma Rossetti...
LUCIANO - Rousseff.
ZEZÉ - E aquela menina que foi agora pro Partido Verde... a Marina, e Ciro Gomes. Seria uma briga boa esses quatro aí.

FOLHA - Qual é o seu preferido?
ZEZÉ - Até agora, se o Aécio pintar...
LUCIANO - Eu vou ser Dilma até morrer!
ZEZÉ - A briga vai ser boa.
LUCIANO - Eu não tenho preferido.

FOLHA - Ninguém te encanta?
ZEZÉ - "A mi me encantan todos."
LUCIANO - O Zezé fala que ele é sempre governo. Quem muda são eles. [risos]

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