quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Brasil, Índia e África do Sul querem aumentar intercâmbio comercial

O Brasil, a Índia e a África do Sul querem aumentar o comércio multilateral em U$S 25 bilhões até 2015, segundo informa a Agência Brasil.

Essa é a meta proposta pelos ministros de Relações Exteriores dos três países, definida hoje (1º) durante a 6º reunião de ministros de Relações Exteriores do Fórum de Diálogo Índia, Brasil e África do Sul, em Brasília.

O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, disse que o comércio entre os três países é significativo e já atinge mais de US$ 10 bilhões. "Queremos aumentar ainda mais essas trocas e há desafios comerciais. Há pouco tempo entrou em vigor o acordo entre o Mercosul e a Índia. Assinamos um acordo Mercosul-Sacu [União Aduaneira da África Austral] e temos como projeto trabalharmos por um acordo entre o Mercosul, Índia e Sacu”, afirmou.

Para o ministro de Relações Exteriores da Índia, Shri S. M. Krishna, apesar de ambiciosa, a meta é possível. “Parece uma meta ambiciosa, mas tenho certeza que é possível alcançá-la”, disse.

A ministra de Relações Exteriores da África do Sul, Maite Nkoana-Mashabane, disse que a África do Sul também está “comprometida em aumentar o comércio” entre os três países.

Os ministros da Índia e África do Sul fizeram críticas aos países desenvolvidos por conta da crise financeira internacional. O ministro indiano disse que os países desenvolvidos “não enxergaram a crise que estava vindo”.

A ministra sul-africana disse que, por mais que a crise tenha afetado os países em desenvolvimento, “nenhum dos nossos bancos fez com que os nossos cidadãos tenham perdido sua poupança”, afirmou. Maite Mashabane acrescentou, ainda, que está na hora de fazer reformas nesse sentido.

Em comunicado conjunto, os três países disseram que a crise financeira internacional requer que tanto os países desenvolvidos quantos os em desenvolvimento tomem sua parte de responsabilidade e façam ações coordenadas. Com isso, eles sublinharam a importância de uma responsabilidade global em relação ao perigo imediato da crise, principalmente, para as nações em desenvolvimento.

O comunicado também reforça a necessidade de as instituições internacionais que regulam o sistema financeiro realizarem uma supervisão sistêmica e desenvolverem um sistema econômico seguro. O Fundo Monetário Internacional (FMI) foi apontado como o melhor órgão para fazê-lo. Brasil, Índia e África do Sul também mencionaram a necessidade de se realizar uma reforma das instituições multilaterais internacionais, como o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), de forma que os países em desenvolvimento tenham uma maior participação nas esferas de decisão.

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