São Paulo amanheceu ontem repleta de lixo e com vários bueiros entupidos após a forte chuva de anteontem. Na Vila Leopoldina (zona oeste de SP), a reportagem flagrou uma equipe da prefeitura fazendo uma limpeza superficial da sujeira de uma boca de lobo da avenida Mofarrej.O caminhão da prefeitura estacionou na avenida por volta das 14h30. Dois funcionários tiraram o "grosso" do lixo --caixote de madeira, papelão e lixo orgânico --, mas não abriram a tampa da galeria para retirar o restante dos resíduos jogados na via, uma dos pontos de alagamento registrado na terça-feira. Em dias de chuva, o bloqueio dessas galerias aumenta o risco de enchentes na cidade. Após observar a limpeza parcial feita no local, os repórteres abriram parte das tampas e flagraram uma quantidade enorme de sujeira acumulada nas cavidades que deveriam estar livres para o escoamento da água. Em seguida, a equipe fechou a boca de lobo. Os próprios funcionários confirmaram que só tinham que tirar o que estava do lado de fora. Havia de tudo lá dentro, como pedaços de madeira, plástico e folhas.

A reportagem do jornal Agora também constatou que o corte de 20% do Orçamento prejudicou a limpeza em outras regiões, como na avenida Aricanduva (zona leste) e nas ruas Sólon e Oriente (região central). Os caminhões vistos nas ruas ontem não faziam o trabalho de limpeza das bocas de lobo, essencial na época de chuva.
Corte de grana Balanço do Seo (Sistema de Execução Orçamentária) mostra que o corte de 20% no repasse às empresas contratadas para fazer a limpeza urbana não foi o primeiro promovido pela gestão Gilberto Kassab (DEM) em 2009. O orçamento previsto para este ano é de R$ 765 milhões, contra R$ 1 bilhão de 2008.
Apesar da diferença de números, a administração reafirma que vai intensificar a fiscalização sobre o serviço prestado pelas empresas, a fim de evitar falhas no atendimento à população. Atualmente, 83 fiscais fazem o monitoramento nas ruas.
A prefeitura, porém, não informa quantas multas foram aplicadas neste ano. As empresas responsáveis pela varrição e coleta de entulhos também não falam sobre a queda na qualidade do serviço. Os empresários e a prefeitura estão em uma queda de braço por conta da reavaliação dos contratos.
A redução de gastos já provocou a demissão de 1.600 funcionários. O sindicato dos trabalhadores de varrição afirma que esse número pode aumentar ainda mais na capital. Os garis anunciaram uma paralisação para a próxima semana. Do Agora SP
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