O anúncio das 12 cidades que serão subsedes da Copa do Mundo de 2014 vai alavancar projetos de infraestrutura nas cidades, envolvendo principalmente os setores de transportes e construção civil. A Fifa vai divulgar a lista em 31 de maio. Na semana seguinte, o Presidente Lula vai convocar os governadores e prefeitos das cidades escolhidas para desenvolver projetos conjuntos. O governo quer desenvolver projetos bilionários nessas áreas e aguarda apenas pelo anúncio oficial para definir cronogramas locais.
O Ministério do Esporte está se apoiando em um estudo feito pela Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe) para dimensionar os valores dos investimentos na Copa. A Fipe verificou que os Jogos Pan-americanos feitos no Rio, em 2007, movimentaram 42 setores da economia e geraram investimentos de R$ 10 bilhões. No Pan, o governo federal, o governo do Rio e a prefeitura colocaram R$ 3,5 bilhões nos Jogos e a iniciativa privada injetou outros R$ 6,7 bilhões. Isso gerou movimentação total de R$ 10,2 bilhões na economia.
"Os resultados demonstram que para cada R$ 1 milhão investido pela organização dos Jogos (União, Estado, município e Comitê Olímpico), a economia nacional movimentou R$ 1,879 milhão", concluiu a Fipe. Segundo o estudo, os setores que apontaram maior movimentação em virtude do Pan foram a construção civil (13,8%), a administração pública (13,4%), o comércio (6,6%), o aluguel de imóveis (5,8%), a agropecuária (5,5%) e o refino de petróleo (5,1%).
A ideia com a Copa é que os governadores e prefeitos assinem um cronograma no qual ficará estabelecida a responsabilidade pela realização de obras, como a ampliação de rodovias, portos e aeroportos, além de reformas em hotéis, da capacitação da segurança e da construção de estádios. Segundo o ministro do Esporte, Orlando Silva, será assinado um termo de responsabilidade definindo exatamente quem fará o quê.
O governo federal decidiu que quer atuar diretamente nas obras envolvendo mobilidade urbana, deixando as reformas e a construção de estádios a cargo de parcerias dos governos locais com a iniciativa privada. "Na Copa, se fala muito em modernizar os estádios, mas o presidente Lula está muito interessado na mobilidade urbana", disse Silva. "É um tema do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]: a logística para transportar pessoas", completou. "Queremos investir naquilo que vai ficar na cidade em termos de infraestrutura depois que a Copa passar."
No Rio de Janeiro, por exemplo, o governo quer construir um anel viário que envolve a expansão do metrô, de rodovias e de corredores de ônibus. Nas demais cidades, o governo já sabe que será necessária a ampliação dos aeroportos, com a construção de novas pistas.
São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba são consideradas cidades praticamente garantidas para os jogos da Copa. Salvador, Fortaleza, Recife, Natal deverão ser as cidades escolhidas no Nordeste. Manaus deverá ser a subsede da Amazônia, onde também concorrem Belém, no Pará, e Rio Branco, no Acre. A maior dúvida está entre Campo Grande e Cuiabá: apenas uma delas será a subsede do Pantanal.
"Não vou me manifestar sobre as cidades, porque essa é uma definição da Fifa", disse Silva. Ele enfatizou que o país vai receber 32 delegações na Copa e, portanto, as cidades onde não houver jogos poderão servir como sedes de algumas seleções na fase de preparação para o torneio. Silva possui um mapa dos principais problemas de infraestrutura nas cidades - um relatório feito pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) - e vai encaminhá-lo a Lula assim que a Fifa anunciar as 12 subsedes.Release de notícias PAC
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