A dona de casa Lucilene dos Santos Silva, 26 anos, faz uma verdadeira peregrinação para levar os filhos pequenos para a escola. Todos os dias ela acorda às 6h, sai de casa a pé, na ilha do Bororé, no Grajaú (zona sul de SP), acompanhada das crianças. No local, não existem creches nem escolas de ensino infantil para atender os moradores. Na ilha, que na verdade é uma península, vivem aproximadamente 3.500 famílias e há cerca de 350 crianças fora da escola, segundo o Conselho Tutelar. O Grajaú, distrito onde fica o Bororé, é a região mais carente de vagas em creches. Em março, a demanda era de 3.858 crianças.
O bebê Daniel, de quatro meses, vai no colo de Lucilene. Jéssica, 3 anos, vai de mãos dadas com a mãe, enquanto o mais velho, José Victor, 5, segue na frente. O destino, por volta das 7h, são as creches onde os mais velhos estudam, no Jardim Helena.
A escola fica do outro lado da balsa que atravessa a represa Billings e dá acesso à ilha, cerca de cinco quilômetros adiante. No percurso, a família anda por 20 minutos a pé em uma trilha no meio da mata e depois paga R$ 2,30 no ônibus que atravessa a balsa, o que demora mais cerca de 40 minutos.
No final do dia, a mãe soma seis travessias pela balsa --e seis viagens de ônibus-- só para levar e trazer as crianças. Ela conta que eles têm horários de estudos diferentes. De manhã, ela leva os dois mais velhos juntos e retorna para a ilha. Às 11h, ela volta para a escola para buscar Jéssica e só mais tarde, às 16h, vai pegar o menino José Victor, quando segue para casa pela última vez no dia, sempre com o caçula Daniel no colo.
A rotina de Lucilene, que não permite conseguir emprego fixo, é a única alternativa que ela e mais cerca de dez mães da ilha têm para manter os filhos na educação infantil da rede municipal.
A doméstica desempregada Milene Rui também passa pela mesma rotina. Do outro lado da balsa ela tem uma filha na creche e outra na Emei (Escola Municipal de Educação Infantil). "Quero dar a elas o que eu não tive", disse a mãe.
Na ilha existe apenas uma escola estadual, que atende alunos do ensino fundamental. Dessa forma, as crianças entram na primeira série sem nenhuma base escolar. (Jornal Agora)
No final do dia, a mãe soma seis travessias pela balsa --e seis viagens de ônibus-- só para levar e trazer as crianças. Ela conta que eles têm horários de estudos diferentes. De manhã, ela leva os dois mais velhos juntos e retorna para a ilha. Às 11h, ela volta para a escola para buscar Jéssica e só mais tarde, às 16h, vai pegar o menino José Victor, quando segue para casa pela última vez no dia, sempre com o caçula Daniel no colo.
A rotina de Lucilene, que não permite conseguir emprego fixo, é a única alternativa que ela e mais cerca de dez mães da ilha têm para manter os filhos na educação infantil da rede municipal.
A doméstica desempregada Milene Rui também passa pela mesma rotina. Do outro lado da balsa ela tem uma filha na creche e outra na Emei (Escola Municipal de Educação Infantil). "Quero dar a elas o que eu não tive", disse a mãe.
Na ilha existe apenas uma escola estadual, que atende alunos do ensino fundamental. Dessa forma, as crianças entram na primeira série sem nenhuma base escolar. (Jornal Agora)
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