terça-feira, 7 de abril de 2009

PAC será usado para conter crise, diz Dilma


A Folha resolveu fazer uma meia culpa das canalhices que tem feito com a Dilma. Por isso, resolveu publicar esssa matéria no jornal de hoje...Falando para prefeitos do Nordeste, ministra afirma que obras poderão compensar efeitos negativos em cidades menores

No mesmo evento, Aécio faz "inconfidência" e diz que Lula lhe "assegurou que está buscando solução para as prefeituras" endividadas

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, defendeu ontem em discurso o desenvolvimento da região nordestina e justificou os programas do governo, como PAC e o plano habitacional, voltados para as cidades mais pobres. Dilma estava discursando no encerramento do fórum dos governadores da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), para uma plateia formada também por prefeitos. "Se o Nordeste não se desenvolver, não haverá desenvolvimento definitivo no Brasil." Dilma afirmou que obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) serão usadas também para compensar os efeitos da crise nas localidades menores e que o governo estuda dar ajuda aos municípios devido à perda de arrecadação.

"O governo não vai agora deixar que a questão da crise recaia de forma mais pesada sobre o Nordeste e os seus municípios. O presidente vai manter essa preocupação", afirmou ela. E acrescentou que essas cidades poderão receber "contrapartidas" com o PAC.

A ministra disse que, apesar de o déficit habitacional se concentrar nas maiores cidades, isso não significa que as menores não participarão do programa anunciado pelo governo. Afirmou que haverá construções de moradias em cidades entre 50 mil e 100 mil habitantes e que há R$ 1 bilhão para habitações rurais e ações sociais em pequenas e médias localidades.

Houve preocupação em acalmar os prefeitos também por parte do governador de Minas, Aécio Neves (PSDB). Ao discursar, ele disse que faria uma "inconfidência": "O presidente me assegurou que está buscando solução para as prefeituras". Na reunião da Sudene, foi acertado o programa de financiamento para a ferrovia Transnordestina. Do total de R$ 5,3 bilhões, cerca de 50% serão financiados pelo fundo da Sudene, BNB e BNDES, além de aportes do governo federal.

Segundo Dilma, a Transnordestina, que terá 2.300 km de linha férrea, é parte do planejamento de desenvolvimento do nordeste. Na reunião, Lula assinou o decreto que regulamenta as zonas de processamento de exportação, as ZPEs. O encerramento foi com homenagens ao ex-presidente Juscelino Kubitschek, criador da Sudene, e ao vice-presidente José Alencar.

Lula se comparou ao ex-presidente para se dizer injustiçado pelo Congresso. O presidente fazia referência às denúncias do mensalão, surgidas em 2005 e sob julgamento pela Justiça. "Eu tinha certeza de que a hora em que o povo assistisse àquelas cenas [da minissérie sobre JK exibida na TV] dos deputados fazendo desaforo para o JK, eu dizia: o povo vai compreender o que está acontecendo no Brasil com as acusações de que eu estava sendo vítima. Eu tinha clareza de que o povo ia perceber que havia quase que uma repetição histórica", disse o presidente.

Alencar agradeceu e lembrou o fato de o presidente dos EUA, Barack Obama, ter chamado Lula de "cara". "Se ele é o cara, eu sou o vice-cara."

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