No ano de 2008, 72% dos estudantes de escolas públicas de São Paulo tinham conhecimento parcial ou insuficiente em Português, revelaram os dados do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar (Saresp) divulgados pelo governo de São Paulo. No ano anterior, em 2007, o número já tinha sido alto (68%), mas este ano foi ainda pior. Em nenhuma das três disciplinas avaliadas os alunos receberam conceitos adequado ou avançado.
A explicação dada pela ex-secretária da Educação de São Paulo, Maria Helena Guimarães, foi que no ano passado mais quesitos foram avaliados. Mas, para o professor Vitor Paro, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), “o Saresp é uma enganação”. “Não é preciso fazer contas para saber que o nível é baixo, que o povo continua ignorante”, afirma.
Segundo o deputado estadual Simão Pedro, presidente da Comissão de Educação da Assembléia do Estado, “apesar de São Paulo ser o estado mais rico da Federação, considerado a locomotiva do país, nossa rede pública de ensino apresenta gravíssimos problemas”.
De acordo com o Saresp, em 2008, a nota de português dos estudantes da 4ª série do ensino fundamental foi de 180 pontos. A média de 2007 havia sido de 186,8. Na 6ª série, a média do exame mais recente foi de 206, também inferior aos 210,4 obtidos em 2007. Mas, na 8ª série do ensino fundamental a queda das notas em português foi mais acentuada: de 242,6 para 231,7, de 2007 para 2008.
Em matemática os alunos conseguiram atingir números melhores, mas os resultados ainda estão muito longe do ideal. No ano passado, como no anterior, nenhuma das séries atingiu o nível adequado de domínio do conteúdo.
Em Ciências, disciplina que foi incluída no Saresp somente em 2008, os alunos da 6º e da 8º série atingiram somente o “nível básico”, enquanto os do 3º ano não chegaram nem a esse resultado, ficando com nível de conhecimento “abaixo do básico”.
Simão Pedro não vê perspectiva de este quadro mudar durante o atual governo. “É que a política vai continuar a mesma, ou seja, o governo Serra vai continuar culpando os professores pelo fracasso da educação pública estadual e, pelo jeito, a política de implantar “decisões técnicas” de cima para baixo, como a aprovação automática, a divisão de escolas por ciclos, as apostilas com conteúdos uniformes, a manutenção de professores temporários, os bônus por merecimento, vai continuar”.(Jornal Hora do Povo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Nota do moderador: Comentários preconceituosos, racistas e homofóbicos, assim como manifestações de intolerância religiosa, xingamentos, ofensas entre leitores, contra o blogueiro e a publicação não serão reproduzidos. Não é permitido postar vídeos e links. Os textos devem ter relação com o tema do post. Não serão publicados textos escritos inteiramente em letras maiúsculas. Os comentários reproduzidos não refletem a linha editorial do blog