Durante reunião com a ministra-chefe da Casa Civil, lideranças da CGTB e da União Brasil Caminhoneiro destacaram urgência das medidas para o transporte de cargas
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, confirmou na última quarta-feira (15) a informação de que o governo pretende reduzir o preço do óleo diesel a fim de minimizar os problemas enfrentados pelo setor de transporte de cargas. Segundo o ministro, foi criada uma comissão no governo para estudar o assunto.
Lobão explicou que a Petrobrás perdeu muito dinheiro com a elevação do preço do petróleo, sem que houvesse elevação correspondente do produto final, mas que hoje existe margem para uma queda. “A pequena elevação que houve no ano passado foi feita mais de dois anos depois da anterior. Isso demonstra o quanto a Petrobrás perdeu nesse período”, disse.
A redução do preço do diesel foi o principal ponto da audiência realizada no dia anterior (14) entre a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, com lideranças dos caminhoneiros ligados à CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil). De acordo com os sindicalistas, a reivindicação é de uma redução próxima a 30% no litro, que custa em média R$ 2,20.
Segundo o presidente da CGTB, Antonio Neto, após ouvir o relato sobre a situação delicada em que se encontram os caminhoneiros autônomos diante da queda brusca na quantidade de fretes, os pedágios escorchantes e o alto preço do diesel, Dilma se mostrou preocupada com o problema e disse que o governo irá apresentar uma solução no prazo mais rápido possível.
“A ministra ouviu com atenção todos os relatos. Sabemos da sua sensibilidade e do seu compromisso com o país e com os trabalhadores. Os caminhoneiros praticamente movimentam o Brasil, mas estão sendo penalizados com os altos custos do transporte. O principal vilão é o pedágio, como em São Paulo, onde os preços são um absurdo. Mas reduzir o preço do óleo é um dos instrumentos que o governo federal possui para ajudar o setor e fomos pedir isso à ministra”, afirmou Neto.
Principal líder dos caminhoneiros autônomos, o presidente da União Brasil Caminhoneiro e 3º vice-presidente da CGTB, Nélio Botelho, afirmou que, além dos problemas com os fretes, os motoristas autônomos também estão sofrendo com a intransigência dos bancos. “Com a crise, o volume de fretes e o valor pago caíram mais de 50%. E não estamos tendo como pagar as prestações”, disse Nélio.
Ele explicou que com o crescimento econômico, cerca de 80% dos mais de 1 milhão de caminhoneiros renovaram os veículos ou refinanciaram as suas dívidas e hoje estão inadimplentes. “Tem financeira que quer tomar o caminhão do companheiro após 15 dias de atraso”, denunciou.
Os dirigentes pediram que o governo amplie as linhas de crédito pelo BNDES e que interfira junto aos bancos para criar novas condições de refinanciamento com carência das prestações vencidas e a vencer, do Leasing e do CDC, das compras dos caminhões, nas mesmas condições já concedidas pelo BNDES e pelo FINAME.
Sobre o preço do diesel, Nélio afirmou que “há um ano o preço do barril do petróleo custava US$ 150 no mercado internacional. Naquela época, o frete rodoviário estava aquecido e conseguíamos suportar o valor do combustível. Hoje, diminuiu a quantidade e o valor dos fretes. Porém, mesmo o valor do barril de petróleo tendo caído para cerca de US$ 40, o preço do óleo diesel não acompanhou a queda”.
Antonio Neto ressaltou que, caso venha a ocorrer, a diminuição do preço do óleo diesel terá um impacto positivo no conjunto da economia porque reduz os custos de todos os setores, começando pela agricultura. “Os tratores usam óleo. As máquinas usadas nas obras também. A maior parte da produção transportada no país chegará mais barata na mesa do trabalhador. Agora vamos continuar discutindo com o governo para apressar a implementação das medidas e intensificar a luta em alguns estados para reduzir o preço dos pedágios”, disse Neto. Jornal Hora do Povo
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