A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, anunciou ontem à noite que o governo federal fará a duplicação da BR 392 no trecho entre Pelotas e Rio Grande, no sul gaúcho. Em fevereiro, a ministra já havia dito que o governo desejava fazer a obra, mas a decisão dependia de estudo técnico, já que a estrada é uma concessão à iniciativa privada. A duplicação da rodovia não está entre as exigências do contrato de concessão, que prevê basicamente obras de restauração, lembrou Dilma.
Ela aproveitou seu discurso ontem na cerimônia de posse da diretoria da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) para fazer o anúncio, citando que a obra vai beneficiar o pólo naval de Rio Grande e favorecer a expansão do porto da cidade, que deve se tornar um dos maiores do País na operação de contêineres.
"Vai haver uma grande expansão na metade sul (do RS), seja em razão do porto, seja do pólo naval", previu Dilma, dizendo que as estradas que chegam ao complexo portuário têm um gargalo na BR 392. Ela ressaltou que a duplicação não tem relação com o contrato de concessão e a obra não é objeto de pedágio. O concessionário, informou Dilma, manifestou à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que não tem intenção de criar obstáculos à obra.
Sobre o pólo naval, Dilma afirmou que o País precisa desenvolver uma indústria de fornecimento para plataformas, navios e para o atendimento das encomendas que serão feitas pela Petrobras na exploração das reservas de petróleo da camada pré-sal. Conforme Dilma, a Petrobras prevê investir R$ 74 bilhões em 2009 sem os recursos para o pré-sal. Com o pré-sal, o volume de investimento pode chegar à faixa de R$ 150 bilhões a R$ 200 bilhões, citou a ministra, sem especificar prazos de aplicação. A BR 386, que liga Porto Alegre a Lajeado (RS), também ganhará projeto executivo para sua ampliação, que deve ficar pronto em janeiro de 2009, informou Dilma.
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