O Presidente Lula a pediu a ministra Dilma Roussef (Casa Civil) para agendar uma reunião com a Petrobras a fim de tratar especificamente da ampliação da produção de fertilizantes. Lula se convenceu que a medida será importante tanto para ajudar a conter a inflação interna, como também deverá situar o país numa posição privilegiada diante da crise mundial no mercado de alimentos.
Em conversa com Marcelo Déda, seu compadre governador de Sergipe, Lula disse acreditar que a inflação dos alimentos "é uma janela de oportunidade que se abre para o Brasil".
Segundo o Presidente, o país não só é grande produtor, como tem área para a expansão da produção agrícola. Mas precisa resolver com urgência um dos gargalos para esse aumento de produção: a dependência externa de fertilizante. O Brasil importa 70% do que atualmente consome.
A ampliação da produção de fertilizantes é o que levou Déda a Lula. É que Sergipe responde hoje por 48% da produção nacional de uréia (matéria prima para a fabricação de adubos), com 600 mil toneladas/ano da produção nacional de 1,7 milhão de tonelada ano.
A simples ampliação da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (FAFEN-SE), uma unidade da Petrobras, significará mais 1,1 milhão de tonelada/ano à produção. Ou seja, uma produção total de 1,7 milhão de toneladas anuais.
Déda saiu na frente e vendeu seu peixe a Lula :
"A Petrobras tem aqui essa fábrica, com todas as condições, mais moderna que a da Bahia, à beira da rodovia BR-101, à beira da ferrovia Centro-Atlântica, que pertence à Vale, a 20 quilômetros aproximadamente de uma mina de potássio que é a única do Brasil (na realidade, do hemisfério Sul), que é da Vale, tudo a 15 quilômetros do porto, aproximadamente".
"Enfim, é uma possibilidade concreta de você parar esse debate retórico e começar na prática o aumento de produção a partir de uma situação já consolidada", diz o governador petista.
Como se trata de ampliar fábrica já existente, o projeto previsto representa economia de 20% em relação à construção de uma unidade nova. Ainda assim não é pouca coisa: US$ 1,2 bilhão (uma planta novinha em folha sairia por US$ 1,5 bilhão). É muito dinheiro, mas além dos 20% o governador Déda enumera outras vantagens.
"Eu disse ao presidente que o passo inicial tem que ser aqui, porque nós temos uma fábrica já implantada", contou Déda.
Déda sai na frente na guerra dos alimentos
Numa tradução ao pé da letra, isso significa dizer que não há problema de "autorização ambiental, já existem o terreno para a ampliação e toda a logística em torno da fábrica, mão de obra qualificada disponível e gerência" . Em resumo, para Déda "a melhor alternativa para deflagrar esse processo de priorizar a produção de fertilizantes no Brasil é duplicar essa fábrica".
Lula ouviu os argumentos e conversou sobre o assunto com o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli. A ampliação da FAFEN-SE também deve constar da pauta da reunião organizada por Dilma Roussef.
Em Sergipe a Vale também tem um projeto piloto para a produção de potássio, a partir de 2016. O potássio hoje é extraído de uma rocha chamada cloreto de potássio, ou seja, cloro e potássio. Depois de um processo de separação, o cloreto é jogado ao mar - sua utilização levaria à quebra dos produtores de sal do país, mas no futuro pode ser utilizado para outra finalidade.
Com o esgotamento do cloreto de potássio em 2016, a Vale vai explorar uma ocorrência de potássio associada ao magnésio. A companhia está investindo em tecnologia US$ 83 milhões num projeto piloto, a céu aberto - a mina está 500 metros de profundidade. O investimento total a ser feito pela Vale é estimado em cerca de R$ 800 milhões . A jazida que tem previsão de 40 anos de produção. A produção inicial prevista é de 1 milhão de tonelada ao ano.
"Nós acreditamos que a solução - começar por Sergipe - é talvez aquela com a melhor relação custo-benefício", diz Déda.
Mas há um gargalo a ser resolvido: o gás, matéria prima necessária tanto à FAFEN-SE como à Vale. A idéia é levar mais gás para o Nordeste, de um campo já em operação na Bahia, ou do próprio Gasene, gasoduto que vai interligar toda a região. O que reduziria em cinco anos o prazo de ampliação da fábrica.
República de Ribeirão
Após anos de domínio petista, o Democratas mostra os dentes no terreno do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. Pesquisa encomendada por uma associada da TV Globo local apresenta a candidata Dácyr Vera , do antigo PFL, com 54% das intenções de voto.
O atual prefeito, um tucano, está em segundo, mas muito atrás, com 12% das intenções declaradas por 602 eleitores ouvidos pelo instituto de pesquisa. A margem de erro da pesquisa é de 4%.
O PT aparece na rabeira, com um dígito. O DEM sabe que as primeiras pesquisas de uma eleição nem sempre se reproduzirão no final, mas está contente com o resultado
Mas isso não chega a ser um alívio para a situação de Gilberto Kassab em São Paulo. O partido acha que deu tudo ao prefeito - tirou Guilherme Afif da jogada, José Serra manteve os secretários e levou Orestes Quércia para a campanha, mas o prefeito não está ajudando
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