A empresária Alice Moron Silva, de 41 anos, foi internada ontem, às 15h20, no Hospital 9 de Julho, em Cerqueira César, na capital paulista. Ela perdeu toda a família em um deslizamento de terra em Cunha, no Vale do Paraíba em São Paulo, no réveillon. Morreram o marido dela, o empresário Mário Penha, de 46 anos, os filhos do casal -Eduardo, de 15 anos, e Sabrina, de 11-, a única irmã dela, Ingrid, e os pais, Manolo e Érica. Alice chegou a São Paulo de helicóptero vinda de Guaratinguetá e foi transferida de ambulância do aeroporto de Congonhas para o hospital.
O sobrinho da empresária, Pablo Lozada, de 26 anos, contou ontem no hospital que ficou sabendo da tragédia na noite de sexta-feira. Segundo ele, a tia chegou consciente, com vários arranhões no rosto e com a roupa impregnada de terra.
Ela lembrou que, na hora do desmoronamento, estava em pé na cozinha do sítio ao lado do marido, que estava sentado. Os filhos do casal já dormiam. Alice contou que sentiu uma forte pancada nas costas e ouviu ainda a filha gritar por socorro. Depois, segundo ela, tudo escureceu e as lembranças se apagaram. A empresária acompanhou quase todos os familiares sendo retirados dos escombros antes de ser transferida para São Paulo. Só não viu o filho, que foi encontrado na tarde de ontem.
Ela vai ser submetida a uma cirurgia porque fraturou a bacia. A família será enterrada no Cemitério de Congonhas, no Jardim Marajoara, na zona sul. O horário não tinha sido definido no começo da noite porque o corpo de Eduardo até as 18h30 não tinha sido liberado do IML de Guaratinguetá. A família será removida para a capital por carro funerário.
Alice pediu para ser transferida para o hospital 9 de Julho porque há menos de um ano trabalhava lá como enfermeira-chefe da UTI. Ela está sendo cuidada pelos antigos colegas e pela madrinha de casamento, que também é enfermeira no local. Alice abandonou a profissão para investir na carreira de empresária depois que a família abriu uma tabacaria no Wal Mart do Jardim Marajoara, bairro onde também moravam.
O casal fazia parte, há aproximadamente dois anos, do Motoclube Buena Vista. Os integrantes do clube, assim que souberam da tragédia, se dividiram para apoiar a família. Cerca de dez motociclistas foram anteontem à noite a Guaratinguetá. Outro grupo ficou no hospital 9 de Julho para o caso de a família precisar que buscassem documentos para ajudar na liberação dos corpos. Um integrante que preferiu não se identificar disse que desistiu na última hora de viajar para Cunha junto com o casal, pois tinha outro programa. Os colegas contam que Alice e Mário costumavam viajar bastante na companhia dos filhos e os descrevem como pessoas tranquilas e de bem com a vida.
O sobrinho de Alice, Pablo, disse que embora a tia esteja consciente e saiba das mortes, ela escreve bilhetes dando orientações à família sobre o que é preciso ser feito. Segundo o sobrinho, a tia não deve acompanhar os velórios nem os enterros, devido à cirurgia à qual deveria ser submetida ainda na noite de ontem.FT
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