Ontem, a oposição apareceu na imprensa comemorando. Nas entrevistas, deputados alegavam que havíam conseguido emplacar pedido para a ministra Dilma e o ministro Edson Lobão prestassem depoimentos sobre o blecaute. Mentiram.Numa ação combinada com o novo ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o presidente da Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado, Fernando Collor (PTBAL), comandou ontem à noite a aprovação - numa sessão extraordinária esvaziada - de requerimento convidando os ministros Edison Lobão (Minas e Energia) e Dilma Rousseff e mais 18 técnicos para prestarem esclarecimentos sobre a causa do blecaute que atingiu 18 estados no dia 10.
O requerimento foi proposto pelo próprio Collor. Ele antecipou, porém, que antes dos dois ministros, a comissão deverá ouvir primeiro os técnicos.
A primeira audiência foi marcada para 26 de novembro.Na primeira etapa deverão ser ouvidos o diretor-presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner; o diretorgeral de Itaipu, Jorge Samek; o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp; o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Gilberto Câmara; o ex-presidente da Eletrobrás Luiz Pinguelli Rosa; e o ex-ministro José Goldemberg.Ministra deve falar do racionamento de 2001 As demais audiências não têm data marcada.
A oposição, porém, não está disposta a abrir mão da presença de Dilma e Lobão. Surpreendido com a ação de Collor, o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), que havia apresentado requerimento semelhante, elogiou a iniciativa. "Fiquei agradavelmente surpreso com o gesto do presidente Collor. Agora temos de marcar a data da audiência".
O senador Delcídio Amaral (PT-MS) pretende apresentar hoje na reunião da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) um requerimento semelhante: - A ideia é fazer uma reunião conjunta, para que ninguém tenha de vir mais de uma vez falar sobre o mesmo assunto.
Havia uma divisão no PT e no governo sobre a conveniência política de sua presença no Congresso, já que haveria uma associação direta da ministra com o apagão. Mas ganhou o grupo que defendia a presença da ministra, até para fazer uma disputa de projeto com a gestão energética no governo Fernando Henrique Cardoso, quando o Brasil teve racionamento.
- A oposição achava que iríamos ficar contra a convocação da Dilma. Agora, ela vai para o Congresso e deve falar sobre tudo, inclusive do racionamento de 2001. A oposição deu um tiro no pé, quando apresentou o pedido para a convocação da ministra - disse o líder do PT na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (SP).
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