sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Festival de Brasília exibe documentário com depoimento de Lula

Depois de ter a própria história contada por um longa-metragem na noite de abertura do 42º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, o presidente Lula retornou à telona nesta segunda noite da mostra competitiva - e desta vez fazendo seu próprio papel.

Em depoimento ao documentário Perdão, Mister Fiel, que trata da tortura nos anos da ditadura militar no Brasil, Lula contextualiza o fortalecimento dos sindicatos do ABC Paulista nas décadas de 60 e 70, e as relações com as lideranças políticas.

"Éramos apenas operários que tínhamos tomado consciência (....) não tínhamos a perseguição histórica que tinham tido outras correntes. Então, não tinha para nós a preocupação nem o medo", disse. "Compreendo perfeitamente bem que as que foram torturadas não têm que esquecer nunca a tortura, têm que brigar até o fim...sobretudo aqueles que perderam vidas, perderam parentes, para que estas coisas sejam reparadas", defendendo a busca pela verdades dos fatos envolvendo mortos e torturados pelo regime.

O documentário do diretor Jorge Oliveira, em 35mm, que abre confissões de um ex-agente do DOI-CODI revelando detalhes da tortura, conta a prisão e morte do operário comunista Manuel Fiel Filho. Com R$ 800 mil de orçamento, o documentário, construído à base do jornalismo investigativo, entrevistou personalidades como os ex-presidentes da República José Sarney e Fernando Henrique Cardoso, ex-militantes políticos, historiadores, militantes dos direitos humanos, entre outros. O público aplaudiu.

Foram cerca de 10 trechos de falas de Lula, com câmera em close. "A verdade é que o País ficou mais triste durante 23 anos, ficou politicamente empobrecido durante 23 anos, os movimentos sociais ficaram amordaçados, e eu tenho a alegria por ter contribuído para ajudar a tirar essa mordaça do movimento sindical brasileiro."

Ao final da sessão, ouvia-se do grupo de jornalistas, críticos e profissionais do cinema que aguardavam para cumprimentar o diretor: "esse é o verdadeiro filme do lula".

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