A FAO, agência para agricultura e alimentação da Organização das Nações Unidas, prevê que o Brasil voltará a ser este ano o maior exportador mundial de carne de frango. O país se beneficia da queda de exportações dos Estados Unidos, causada pela proibição imposta pela Rússia contra o produto americano. As exportações brasileiras devem ficar próximas de 4 milhões de toneladas, representando 34% do total mundial exportado. A produção se recupera da queda do ano passado e pode crescer 3,6% para 10,7 milhões de toneladas, graças à forte demanda doméstica e internacional.
Segundo a FAO, o Brasil terá fatia de 23,4% nas exportações de todas as carnes combinadas, com 6,1 milhões de toneladas. No caso da carne bovina, a produção global cairá 1%, ficando em 65 milhões de toneladas, mas o Brasil e Índia compensarão a queda em outros produtores, como Argentina.
A exportação mundial sobe 3% para alcançar 7,6 milhões de toneladas. As vendas da Argentina cairão 40%, ou 230 mil toneladas a menos, por conta de restrições impostas pelo governo. Já o Brasil exportará 1,5 milhão de toneladas, 20,8% da exportação global, confirmando seu domínio no setor.
Apesar da expansão da oferta, os preços de carne bovina estão 26% mais altos do que em 2009. Quanto à carne suína, a produção deve crescer 1,3% no país, estimulado pela demanda doméstica.
O domínio brasileiro é mais forte ainda na exportação de açúcar. A FAO calcula que o Brasil sozinho terá 52% das exportações de açúcar. Considerando apenas açúcar bruto, o país terá fatia de 62% do comércio mundial. A participação passa para 75% se se considerar que quantidades exportadas para Europa e EUA por acordos comerciais não entram no mercado mundial.
A FAO projeta embarques de 26 milhões de toneladas de açúcar pelo país, ou 2,4% a mais do que em 2009-10, já que os preços internacionais são mais atraentes que os do etanol. Mas adverte que gargalos em infraestrutura portuária podem limitar o crescimento. A Tailândia, segundo maior exportador, terá declínio de 5% nas vendas por causa da menor produção.
O Brasil e Argentina serão os responsáveis pela alta das exportações de soja e farelo. Segundo a FAO, o consumo deve aumentar 40% na Argentina e 15% no Brasil, com a produção de biocombustível absorvendo respectivamente 60% e 30% da produção doméstica de óleo de soja. As exportações de arroz do Brasil e Argentina devem diminuir. No lado das importações, a América Latina e Caribe comprarão 20 milhões de toneladas de trigo em 2011-12. O Brasil continuará a ser o maior importador com 6,5 milhões de toneladas
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