O PSDB é o partido da elite brasileira. Todo o seu projeto é construído de forma a concentrar renda e poder, com insensibilidade social levada às últimas consequências e tratando os movimentos populares como caso de polícia.
Fernando Henrique era o príncipe dos sociólogos que, uma vez no governo, tornou-se o sociólogo dos príncipes; em seu governo, reinaram a privatização, o desemprego e o achatamento salarial. José Serra é o candidato a seguir-lhe os passos e dá o exemplo do elitismo tucano: em São Paulo, qualquer manifestação acaba sob pancadaria da Polícia Militar. Apanharam os professores da rede estadual de ensino, os estudantes que ocuparam a reitoria da USP, os moradores de favelas inconformados com maus-tratos e descaso por parte do poder público e até a Polícia Civil entrou em confronto com a PM. Exemplos de demofobia tucana.
Para confirmar a constatação de que democracia, para o PSDB, é o governo dos cima, pelos de cima, para os de cima, utilizo falas de alguns dos próceres do tucanato nos últimos dias.
Primeiro, Tasso Jereisstai, senador pelo PSDB do Ceará e grande empresário. Uma das figuras mais reacionárias da política nacional. Na audiência do Senado com o Chanceler Celso Amorim, Tasso rebaixou o nível do debate até não mais poder, criticando Amorim por ter servido a todos os governos de Collor para cá. Provavelmente Tasso não entende muito de chancelaria e não compreende o papel de um diplomata a serviço do Estado.
Mas o que ficou de mais importante do debate foi a crítica à política externa atual. Tasso criticou vementemente as relações do Brasil com países mais pobres, alegando que o não deveríamos abrir uma embaixada que custa R$ 400 mil em “paizinhos” africanos ou americanos. Por ele mesmo:
“Não temos do ponto de vista econômica nenhuma dessas ações de apoio a essas fanfarras, a roubos desses líderes latino-americanos ou africanos. Sair abrindo embaixada em toda esquina,em todo paizinho que não tem o menor sentido por US$ 400 mil porque uma empreiteira quer construir um aeroporto, acho que Vossa Excelência se enganou”.
Uma pérola, digna de constar nos manuais de política internacional. Uma declaração racista e elitista que demonstra bem o que seria a volta de seu partido ao poder.
O segundo exemplo de sinceridade tucana vem do bom e velho Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-ministro de FHC e consultor da Quest Investimentos. Em artigo publicado na Folha (onde mais?), Mendonção, critica a retomada do crescimento econômico e da geração de empregos sem nenhum pudor. Para ele, os que nada tem, nada devem ter.
Afirma que está preocupado com a redução do desemprego e seus impactos no consumo. “Poderemos chegar ao fim deste ano com uma taxa de desemprego da ordem de 6%, mantido o crescimento atual da geração de postos de trabalho. Em março, o número de empregos formais aumentou em 266 mil, número muito forte para o mês”.
O aumento do salário também não escapa das preocupações de Mendonção. “Na construção civil, um dos pontos mais aquecidos da economia, os salários já estão crescendo a mais de 10% ao ano. Mas outros sinais também alertam o analista mais cuidadoso”.
Para este profeta do apocalipse, “a euforia do brasileiro -aqui incluído trabalhadores, empresários e governo- vai nos levar a bater no muro das restrições econômicas”. O governo federal, segundo ele, “entrou agora na defesa de uma macroeconomia keynesiana utópica e muito perigosa”. A solução? O Banco Central de seu colega Henrique Meirelles deve aumentar os juros.
Fantástico! Síndrome econômica de vira-latas. O Brasil não pode crescer sua economia, não pode gerar postos de trabalho (serão 2 milhões neste ano) e não pode aumentar os salários porque isso gera inflação. Ou seja, os do andar de baixo não podem se juntar aos do andar de cima para não prejudicar a economia.
Bom era no tempo de Fernando Henrique, onde a estagnação impedia a formação do mercado interno e a redução da massa salarial garantia a inflação sobre controle.
Falando nele, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso encerra as frases de (d)efeito. Em palestra em Porto Alegre, FHC formulou a teoria pelo qual só os ricos devem ser eleitos.
“Não nos deixemos enganar [sobre ser] possível existir formas de democracia que sejam consequência da manipulação pelos poderosos. Poderosos podem ter vindo até de baixo. Em geral os que mais manipulam vêm de baixo. Os ditadores, em geral, não são os que vêm de cima, vêm de baixo”.
Traduzindo a teoria política do sociólogo dos príncipes: a democracia só não está ameçada quando os ricos e poderosos estão no poder. Eleger um operário, um índio ou um preto devem, obviamente, significar a ditadura dos que vem de baixo.
É por isso que ele é o presidente de honra do PSDB. Ninguém conseguiria teorizar tão sinceramente a sua ojeriza ao povo.
Depois, eles dizem que não querem dividir o país em ricos e pobres. E Serra defende um debate sobre o futuro, como se o seu projeto partidário não fosse o retrocesso ao período sombrio do governo FHC..É a massa cheirosa a que se referiu a tucana honorária Eliane Cantanhêde. Do blog Da Silva
A Globo pensa que está em 1989 ou 1964??
ResponderExcluirHoje os "Comunistas não comem mais crianças"..........
Hoje temos um sindicalista no poder com a popularidade de 82%..........
Hoje a Rede Globo não manda mais sozinha.............
Hoje temos a web,e a Globo é uma coadjuvante de segunda na rede..............
Hoje temos o "CALA BOCA GALVÃO"...................
Hoje quem tem medo da Globo???
"RECORD" isso!!!