O representante da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, Luiz Alfredo Salomão, disse ontem que a meta do Projeto 2022 é que 80% dos domicílios do país estejam atendidos com uma velocidade de cem megabites por segundo. Segundo ele, o objetivo não é ufanista, uma vez que japoneses e coreanos já falam em alcançar uma velocidade de um gigabite - dez vezes maior.
O desafio é enorme, disse Ernesto Flores, pesquisador do Centro de Investigação e Docentes do México: em seus cálculos, o país precisará investir US$100 bilhões para atingir o nível de países desenvolvidos e deixar entre 70% e 75% da população conectada à banda larga.
Hoje, apenas 46% dos brasileiros conectados à banda larga tem velocidade média superior a um mega. Um quarto desses clientes tem conexão de apenas 256 quilobites por segundo e a maioria está entre 512 quilobites e um mega. O Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) estabelece o mínimo de 512.
Salomão e Flores participaram ontem do 54º Telebrasil Painel, da Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil), cujo tema é "O Brasil que queremos 2011-2014". Um dos obstáculos é a infraestrutura, disse Flores, que não está suportando a elevada demanda pelos serviços de telecomunicações.
O diretor-executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal, Eduardo Levy, acrescentou à lista a liberação de novas licenças pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a implantação de fibras óticas em obras públicas e o descontingenciamento do Fundo de Universalização das Telecomunicações (Fust), que conta com cerca de R$8 bilhões.
Ultrapassadas estas barreiras, Levy acredita que o país poderá chegar a cem milhões de clientes de telecomunicações - banda larga, telefonia fixa, móvel, e TV por assinatura - em 2014. Para isto, seriam investidos R$80 bilhões e, como consequência, gerados 50 mil empregos.
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