Os dois principais candidatos ao governo de Minas Gerais, Hélio Costa (PMDB) e Antonio Anastasia (PSDB), declararam guerra pelo apoio do maior número de prefeitos do Estado. Encurralados entre promessas eleitorais e verbas públicas, os 853 prefeitos são assediados por dois movimentos que nasceram justamente para camuflar esse conflito: de um lado, os tucanos pedem apoio ao “Dilmasia” ( junção do nome Anastasia com o da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff); do outro, os peemedebistas tentam convencer os prefeitos a aderirem ao “Helécio” - união dos nomes de Hélio Costa e do ex-governador Aécio Neves (PSDB), que deixou o governo nas mãos de Anastasia para concorrer a uma vaga no Senado.
Quem teve a ideia primeiro foi o PSDB. Os tucanos mineiros começaram timidamente a pedir voto casado em Dilma e Anastasia pela pura insatisfação em ter de apoiar o correligionário paulista José Serra, que venceu a queda de braço com Aécio e levou do PSDB nacional a indicação para se candidatar à Presidência.
A timidez começou a ficar de lado quando a petista passou Serra nas pesquisas de intenção de voto e Hélio Costa, candidato oficial de Dilma, abriu 18 pontos percentuais em relação a Anastasia. O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), foi então convocado para liderar o Dilmasia e fundar sob esse rótulo “comitês suprapartidários”, quartéis generais onde tucanos preparam as trincheiras para batalhar o apoio de cada prefeito.
Com o empenho de Lacerda e a forte influência de Aécio em quase todas as prefeituras, as adesões não demoraram a chegar. Em pouco tempo, cerca de 300 prefeitos já se preparavam para um ato público em apoio a Dilma-Anastasia, uma dobradinha impossível de ser posta no mesmo palanque.
Com vantagem nas pesquisas, Hélio Costa demorou a reagir. Ele só decidiu fazer alguma coisa quando até prefeitos petistas começaram a desertar. A cúpula do PMDB, então, chamou para o front um antigo desafeto de Anastasia, o presidente estadual do PR, Clésio Andrade, que - diz ele - inaugurou com dinheiro próprio o primeiro comitê suprapartidário Helécio.
Vice-governador de Minas no primeiro mandato de Aécio, Andrade nega em público o que aliados garantem nos bastidores: ele não engoliu até hoje sua substituição por Anastasia na chapa de reeleição de Aécio, em 2006. Se ainda fosse o vice, o candidato ao governo do Estado este ano poderia ser ele.
A tática do movimento Helécio é associar Hélio Costa à imensa popularidade de Aécio e, principalmente, aproveitar a estrutura dos comitês para investir sobre os prefeitos. A expectativa é de que 50 deles sejam inaugurados em todo o Estado. Antes do surgimento do primeiro comitê, 30 prefeitos já haviam aderido ao movimento.
Mesmo assim, a briga não vai ser fácil para Hélio Costa. No final de junho, Anastasia assinou convênios com 700 prefeituras e já entregou 25% da verba prometida - dinheiro convincente para as cidades beneficiadas, muitas delas com média de 10 mil habitantes e, por isso mesmo, dependentes da boa vontade do governo.R7
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