A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, inicia oficialmente a campanha com uma caminhada pela cidade de São Paulo. Prevista para quarta-feira, a caminhada poderá ser antecipada para terça, já que o Brasil, eliminado da Copa do Mundo pela Holanda, não jogará mais a semifinal amanhã. Será o primeiro contato direto da petista com os eleitores após a autorização dada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a partir de hoje, para eventos dessa natureza.
Em São Paulo, Dilma deve ser acompanhada pelo candidato petista ao governo do Estado, senador Aloizio Mercadante.
Nesse primeiro momento, no entanto, Dilma deve alterar pouco o roteiro de viagens aos Estados. A intenção é seguir concentrando a agenda no Rio, São Paulo e Minas, os três maiores colégios eleitorais do país. Tirando a Bahia, são esses os Estados nos quais estão o maior número de eleitores e onde Dilma concentrou suas viagens na fase da pré-campanha.
Além desses, Dilma também teve uma presença marcante no Sul. Na região, um dos poucos Estados em que ela ainda não tinha ido era o Paraná. A petista aguardava o desfecho do impasse político local, que acabou sendo favorável a ela. Após quase dois meses de intensas negociações, idas e vindas, finalmente o senador Osmar Dias (PDT) definiu sua candidatura a governador e criou um palanque forte para a petista, tendo a correligionária Gleisi Hoffmann e o ex-governador Roberto Requião como candidatos ao Senado.
Mais para o fim de julho, a expectativa é que a candidata comece a viajar para o Nordeste e o Norte. O roteiro nordestino chegou a ser marcado para o início de junho - ela iria para Caruaru (PE), Juazeiro (PB) e Aracaju (SE), aproveitando o circuito de festas juninas. Mas as intensas chuvas na região - em Pernambuco e Alagoas, especialmente - levaram a petista a cancelar as viagens.
Os petistas comemoram o bom momento vivido pela candidata nesse início de campanha. Segundo um ministro ouvido pelo Valor, nem o mais otimista estrategista de campanha poderia imaginar esse cenário no começo de julho. Segundo ele, apesar de alguns petistas mais puristas afirmarem que "quem arrisca percentual em pesquisas de opinião está fora da realidade", os cálculos internos eram de que, se no começo do horário eleitoral - em meados de agosto - Dilma estivesse empatada ou até quatro pontos percentuais atrás do tucano José Serra, a desvantagem poderia ser revertida com a força da propaganda na televisão.
Hoje, 5 de julho, Dilma está, de acordo com a pesquisa Datafolha, empatada com José Serra (38% a 39%). Pelo Vox Populi e Ibope, Dilma está cinco pontos percentuais à frente do tucano - 40% a 35%. "Sempre confiamos na força da candidata e do governo Lula. Mas estamos começando na frente", disse o auxiliar do presidente.
Esse bom resultado, de acordo com estrategistas da campanha, foi conseguido graças a alguns êxitos políticos. Dilma foi confirmada candidata do PT no Congresso do partido em fevereiro - a convenção de junho foi apenas uma festa para ceder imagens para a propaganda política. A partir daquele momento, ela delegou ao presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra (SE), a tarefa de negociar a aliança mais ampla possível.
Dutra conseguiu trazer para o lado de Dilma quase todas as legendas que apoiam o governo Lula. A única exceção foi o PTB que, em convenção nacional, decidiu coligar-se com o PSDB. "Assim mesmo por uma decisão pessoal do presidente (Roberto Jefferson), que controla o diretório nacional. Mas a maioria dos votos dos petebistas - incluindo as bancadas da Câmara e do Senado - são nossos", disse um aliado de Dilma.
Alguns movimentos, na opinião dos petistas, são emblemáticos. A aliança com o PMDB, e a consequente indicação do deputado Michel Temer para vice de Dilma, talvez tenha sido a maior conquista política do período. "Olhando para a chapa da Dilma, temos justificativas política, programática e partidária. Não escolhemos um desconhecido para agradar um aliado que estava ameaçando a nos abandonar", acrescentou um estrategista petista, numa referência à escolha do deputado Índio da Costa (DEM-RJ) como vice na chapa de José Serra.
Outro ponto considerado vital pelos petistas foi a solução encontrada em Minas Gerais, um dos maiores colégios eleitorais do país e com maciça opção pelo voto no PSDB. Depois de um gesto de força do diretório nacional do PT, que enquadrou a seção mineira, defensora da candidatura própria, as negociações caminharam para a escolha do ex-ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, como vice de Hélio Costa (PMDB).
O bom momento fará com que o comando da campanha segure um pouco mais a participação do presidente Lula. Como Dilma está com um discurso ainda mais seguro - o treinamento feito pela equipe de João Santana para enfrentar perguntas de jornalistas, na avaliação dos petistas, está surtindo efeito - a tendência é que o presidente seja resguardado para o horário eleitoral gratuito.
Ele poderá participar de alguns eventos ao lado da candidata - à noite ou nos fins de semana - mas está completamente descartada a possibilidade de o presidente licenciar-se para ajudar sua candidata. "Lula é muito mais útil no governo do que fora dele. Dilma conseguiu solidificar no imaginário do eleitorado a ideia de que ela representa a continuidade da gestão do presidente", declarou um aliado da candidata do PT.
Não entendi... ela não vem mais a Porto Alegre?? A imprensa divulgou aqui que ela começa as atividades com uma caminhada no centro da capital gaúcha. Será acompanhada do candidato ao governo do RS, Tarso Genro (PT). ENTÃO???
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